Hora do Planeta 2011 em Salvador


Por G leiciane Vitória - Hora do Planeta.

Apagar as luzes por 60 minutos. Esse foi o ato que simbolizou a luta pelo aquecimento global.

No dia 26703 foi realizada a terceira edição do evento mundial A Hora Do Planeta.


Aqui em salvador o encontro aconteceu no Farol da Barra. Com a participação de militantes da

causa, capoeiristas, moradores, turistas e curiosos que passavam pelo local.


As 20hs a expcetativa em torno do começo do ato, já era grande. Pessoas se aproximavam do

local e uma equipe estava a posto para esclarecer e orientar as pessoas sobre o movimento.


Crucialmente as 20h30 foi apagada as luzes do Farol e grande parte da Orla do Farol, o Cristo

também teve sua luzes apagadas durante 60 minutos. Policiais Militares e Guarda Municipais

garantiram a segurança. Simbolicamente acendemos velas, e falamos sobre como manter a

qualidade de vida no nosso Planeta.

O interessante foi perceber a participação voluntária de uma família composta por 4 mulheres.

Minutos antes de começar o ato, elas chegaram ao Farol, já com suas próprias velas,dispostas

a tornarem sua hora do planeta, uma hora em que pudessem cuidar do meio ambiente, em

familia. Afinal a união é o alicerce desse movimento.


A Prefeitura fez a sua parte, aderindo oficialmente ao movimento Global. Também foram

apagadas as luzes das fachadas do Palácio Thomé de Souza, Elevador Lacerda, da Praça

Castro Alves, dos Orixás do Dique do Tororó.

Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011 por Glauber Machado


Por Glauber Machado

O Fórum Mundial de Sustentabilidade reuniu durante três dias na cidade de Manaus presidentes e diretores das principais empresa do Brasil e multinacionais, políticos, especialistas, organizações não governamentais e artistas para discutir sustentabilidade no Brasil e no mundo.

O evento teve a presença do 42º presidente do Estados Unidos e Fundador da Willian J. Clinton Foundantion, o ex- governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, do diretor de sustentabilidade e regeneração das Olimpiadas de Londres 2012, do fundador e presidente do Grupo Virgin, do diretor da SAATCHI & SAATCHI, Adam Werbach, do ambientalista de Paul Hawken, o ex- secretário de meio ambiente do Estado de São Paulo Fabio Feldmann e do senador da Republica Federativa do Brasil Eduardo Braga.

O foco do encontro entre empresários, especialista e representante de diversos setores da sociedade brasileira estava em discutir os novos caminhos e alternativa para sustentabilidade nas próxima decadas. Na palavras do Governador do Estado do Amazonas Omar Aziz “ é importante aproximar a temática da sustentabilidade da comunidade local e buscar estratégias para potencializar a região afim de criar oportunidades e geração de renda”. O governador colocou como desafios para alcançar este objetivo a busca por inovação, um novo modelo de logistica e investimentos do setor privado.

No primeiro dia do evento Arnold Schwarzenegger apresentou aos empresários e aos convidados o projeto do Estado da Califórnia de energia limpa e disse “ Energia limpa: Uma nova onda da inovação”, referindo- se a necessidade do estado participar ativamente do processo de inovação, expondo os beneficios econômico ,social e ambiental que a energia limpa pode proporcionar a comunidade. Já James Cameron, diretor de Exterminador do Futuro,Titanic, e Avatar e ativista do meio ambiente, em especial a floresta Amazonica, colocou na sua exposição a importância do papel do individuo e do investimento público no processo de construção de um projeto de sustentabilidade.

Quando questionado sobre a possivel construção da usina hidrelétrica de Belo Monte na floresta Amazonica, Schwarzenegger preferiu não falar diretamente, “ Achar que o Estado da California tem desafios similares ao do Brasil”, mas não perdeu a oportunidade de deixar sua opinião em relação ao impacto ambiental que as linhas de transmissão podem causar aos indigenas e a floresta. Já Cameron foi ao ponto X “ é importante um diálogo entre os agentes e a comunidade sobre Belo Monte e defendeu a não construção da usina e indicou a necessidade de buscar novas tecnologias e convidou a comunidade internacional para envolver-se na questão da energia e cooperação internacional.

No fim do primeiro dia do Fórum Dan Epstein explanou sobre “Grandes eventos e cidades sustentáveis” e apresentou o projeto das Olimpiadas de Londres 2011. Epstein mostrou a necessidade dos empreendimentos serem responsável por transformar a realidade local e propor um planejamento urbano para evolução da cidade no século 21. No caso de Londres, o jogos olimpicos de 2012 acontecerá numa região que foi totalmente regenerada, na palavra de Epstein, grandes investimentos devem ser direcionado a regiões carentes com objetivo de valorizar a região e a cidade. O local escolhido para construção das arenas e a cidade olimpica de 2012, era considerada a região mais pobre e miserável e poluida de Londres,equivalente ao tamanho de Veneza, o projeto envolveu vários setores do governo, politicos, acadêmcos e sociedade civil.

O objetivo do projeto de regeneração urbana é transformar a localidade atrativa a eventos esportivos e negocios, Epstein declarou que pensar em cidade é “planejar para evoluir” e descarta a possibilidade de bairros 100% residências, nesta caso, é preciso um mix de serviços e empreendimentos para valorizar o local e proporcionar bem estar aos moradores.

O projeto de Londres 2012 é de um parque olimpico verde e sustentável a longo prazo, para isso, Epstein não poupou esforços e tecnologia para construção das arenas montável, construida com material reciclável ( porta de carros, entulho das obras e um leque de material reciclável). Sinceramente, as Olimpiadas de Londres será uma aula de sustentabilidade e economia. Alem de um objetivo ambicioso, em 30 anos proibir a circulação de automoveis em Londres, para alcançar este objetivo, os Londrinos estão investindo em educação e cultura sustentável, como a construção de ciclovias cortando toda a cidade, investimento em transporte público e segurança.

No fim Epstein deixou um recado a todos os participantes e ao governo brasileiro, “ Brazil’s vision for the games, An institute for sustainability” ou seja, nosso país precisar olhar os investimentos para os Jogos da Copa do Mundo em 2014 e Olimpiadas 2016 com visão estratégica e a longo prazo e incentivou os lideres brasileiros a investir num Instituto de sustentabilidade.

No segundo dia do encontro de lideres no Hotel Tropical de Manaus, foi o momento dos Workshops ( 1- Água e Florestas, 2- Construções Sustentáveis, 3- Preservação das Florestas, e 4- Descarbonização da Economia), um momento para internalizar entre os convidados tematica relacionado a sustentabilidade.

Logo após os Workshop, Sir Richard Branson iniciou o segundo dia na plenária com o tema “ Estratégias empresariais para descarbonização da economia.” Suas contrinuições no Fórum estavam focada na relação empresários – sustentabilidade , inovação e engajamento da sociedade civil.

Na visão de Branson o processo de globalização da economia mundial e alguns setores privado, como as companhia aereas, automobilistica e naval são responsável por liberar CO 2 na atmosfera em grande escala, lembrando Branson é dono da Virgin Air Lines e diversos empreendimento no Estados Unidos. Na sua explanação colocou algumas estratégias para alcançar a sustentabilidade no meio empresárial, como: estabelecer metas norteadoras, otimistas, visionárias, atingiveis, identificar os ponto forte e fraco das empresa, investir na qualificação do profissional e estrutura para proporcionar um ambiente saudavél e sustentável.

Branson, colocar quantro pilares para uma empresa alcançar a sustentabilidade. 1 – Ambiental, 2- Economica, 3- Social e 4- cultural. Com base neste pilares qualquer organização pode iniciar o processo de construção de um projeto sustentável, seguindo a mesma linha de Schwarzenegger e Cameron, Branson alertou os lideres e a comunidade internacional sobre a preservação e cuidado das Florestas, principalmente a Amazonica, e colocou algumas estratégias para alcançar este objetivo: 1- diminuir o consumo de carne bovina, 2- evitar a exploração de minérios e ouro na Floresta e 3 - criar estratégias para exploração de gás e petroleo fora da área da Floresta.

Outro ponto que Branson falou aos lideres foi a situação do Japão e lamentou os ultimos acontecimentos e espera que o governo Japônes possa investir em novas tecnologias, como o Brasil considere uma possivel avaliação da matriz energetica, mas todo este discurso, Branson declarou que no momento nenhum pais deverá abandonar a Energia Nuclear de forma imediata. Lembrando que paises como França, Alemanha, Italia, Estados Unidos estão avaliando a possibilidade de abandonar esta tecnologia nós próximo 10 anos.

No terceiro e ultimo dia do Fórum Mundial de Sustentabilidade foram a plenária Fabio Feldmann e Bill Clinton. Feldmann falou sobre o projeto de sustentabilidade para o Brasil e alternativas para um desenvolvimento coerente e limpo e sua experiência frente a secretária estadual de Meio Ambiente de São Paulo.

O ex- presidente dos Estados Unidos Bill Clinton colocou na pauta do Fórum, temas da agenda internacional e diplomatica, como Wikileaks, mudanças climaticas, desafio da água no futuro, investimento em educação profissional , governança para o desenvolvimento e segurança energetica e o papel do Brasil nesta nova conjuntura de relações internacionais.

Durante a sua explanação, Clinton falou sobre sustentabilidade e rentabilidade, ou seja, é possivel um pais galgar o desenvolvimento através do uso de energia limpa, de acordo com Clinton o investimento em energia nuclear, hedrelétrica e carvão, tem um custo financeiro elevado e não gerar emprego e renda suficiente para a comunidade, além do custo operacional e segurança energetica. Outro ponto da sua falar foi sobre investimento em Parques industriais e centro universitários focado em inovação & tecnologia e governança no Brasil.

Clinton apresentou um exemplo de economia na questão da segurança energética e ambiental aos paises em desenvolvimento e desenvolvidos; A geração de energia através do lixo dos aterros sanitários, Clinton criticou o atual modelo de aterros sanitários e apresentou o modelo sueco como um case de sucesso e deve ser o ponto de orientação para consolidar e integrar um modelo de energia limpa. Na palavras do Bill Clinton, com a implantação deste modelo, é possivel economizar até R$ 30 milhões de dólares, gerar emprego e renda a familias carentes que utilizam o lixo dos aterros para sobreviver.

Quando questionado pelo lideres brasileiros presente no Fórum, em relação a implantação de projetos de energia limpa e sustentável em paises em desenvolvimento, Clinton respondeu que é necessário um plano customizado que atenda as necessidades básica e sociais de cada nação. Já sobre a Agenda americana para Meio ambiente no governo Obama, foi realista e deixou claro que Obama tem uma forte oposição no congresso norte americano, devido ao lobby de empresários, entre eles, Sir Richard Branson. Outros ponto estão a proteção de floresta nos Estados Unidos e paises em desenvolvimento, proteção dos mares e corais e minimizar os impactos dos produtos quimicos em alimentos e animais.

No momento, não é possivel tecer conclusões sobre o fórum, mas considerações, mobilizar e reunir mais de 600 liders (presidentes, diretores, acadêmicos, especialistas, políticos e jovens lideres) durante três dias para discutir Sustentabilidade e no pulmão do mundo é um passo importante para orientar o empresariado brasileiro sobre oportunidades e novos caminhos para alcançar o desenvolvimento em comunhão com o meio ambiente. Agora devemos esperar uma atitude coerente e estratégica de todos os envolvido no Fórum.


Agradecimentos a Fernando Beltrame da Eccaplan e Tulio Severo da Young Americas Business Trust (YABT).

Glauber Machado – Estudante do ultimo periodo de Relações Internacionais na UNIJORGE e convidado pela ECCAPLAN na rede social Facebook na promoção Você e a EccaPlan no Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011.

Aluno de Relações Internacionais, da Uni Jorge, é selecionado para evento mundial através do Facebook


Aluno do curso é selecionado para evento mundial através do Facebook




Glauber Machado. Esse é o nome do aluno de Relações internacionais da UNIJORGE que foi selecionado para participar do Fórum Mundial de Sustentabilidade em Manaus, que acontece entre os dias 24 a 26 de março.

O aluno ganhou o convite através da promoção realizada pela rede social Facebook “Você e EccaPlan no Forum Mundial de Sustentabilidade”, que tem a consultoria da empresa Eccaplan Consultoria Ambiental. A frase do estudante foi "Educar e sensibilizar as crianças de hoje para serem adultos com consciência ambiental e empoderar a juventude atual para propor mudanças no mundo".

 http://www.facebook.com/eccaplan


Essa será a segunda edição do evento e reunirá personalidades como: Bill Clinton, Fundador da William J. Clinton Foundation e Ex-Presidente dos Estados Unidos; Arnold Schwarzenegger, ex-governador do Estado, da Califórnia (EUA); Richard Branson, fundador e presidente do Virgin Group, além de lideranças em Sustentabilidade, CEOs das mais importantes empresas nacionais e internacionais, líderes políticos, lideranças de ONG’s ambientais, lideranças de universidades e jornalistas de todo o mundo.


link: http://www.unijorge.edu.br/noticia_exibir.asp?cod=585



HORA DO PLANETA SALVADOR 2011




O FAROL DA BARRA SERÁ O CENÁRIO DO HORA DO PLANETA SALVADOR 2011.

O EVENTO DO WWF COM ADESÃO DE DIVERSAS EMPRESAS, GRUPOS, CIDADES.

NA CAPITAL BAIANA O EVENTO ACONTECE NO DIA 26 DE MARÇO DE 2011 AS 19:40 EM FRENTE AO FAROL DA BARRA.

ATO CONTRA ENERGIA NUCLEAR - VIGILIA EM SOLIDARIEDADE AO POVO DO JAPÃO.



ATO CONTRA ENERGIA NUCLEAR

VOCE É A FAVOR DE FONTES RENOVÁVEIS E ENERGIA LIMPA, PARTICIPE DO EVENTO!

SALVADOR
PRAÇA MUNICIPAL DE SALVADOR
ELEVADOR LACERDA EM FRENTE A PREFEITURA

QUARTA FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2011.

18:00 HORAS ÁS 22:00 HORAS


PARTICIPE DESTE ATO DE SOLIDARIEDADE A COMUNIDADE JAPONESA.

A Década das Nações Unidas para os Desertos e a Luta contra a Deserto

Por Kanya D’Almeida, da IPS




A Década das Nações Unidas para os Desertos e a Luta contra a Desertificação busca criar consciência e desenvolver planos de ação para proteger essas áreas entre 2010 e 2020. Uma desertificação intensa afeta ou ameaça aproximadamente um bilhão de pessoas em cerca de cem países. São as atividades humanas que levam à proliferação destas terras áridas e não cultiváveis.



A Década foi declarada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, e lançada oficialmente no dia último dia 16 em Londres, sede de numerosas organizações não governamentais, grupos de especialistas e outras entidades dedicadas a combater a degradação dos solos e promover a sustentabilidade dos desertos. Pesquisadores, ativistas e políticos se reuniram para compartilhar conhecimentos, estratégias e perspectivas sobre a crise e trabalhar no contexto do lema “Uma Década, Tempo Suficiente para Mudar”.



Após a decepção da 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada de 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancun, no México, e do fracasso de incontáveis tratados internacionais para acabar com a degradação da terra. A Década dá à comunidade internacional a oportunidade de agir de imediato. Um em cada três habitantes do planeta vive em terras desérticas.



Vários dos assuntos mais graves do mundo – desde biodiversidade e produção de alimentos até energia – convergem nessas regiões. Elas são um santuário antigo e natural para algumas das espécies mais exóticas de fauna e flora. Segundo informes da Década, “uma em cada três variedades cultivadas atualmente tem suas origens ali”. Além disso, são o sustento da metade dos animais do mundo. Os pobres da China, África subsaariana e Ásia central são os que atualmente suportam a carga mais pesada da desertificação.



A rede britânica BBC informou no ano passado que a desertificação nessas áreas pode forçar a saída de até 50 milhões de pessoas até 2020. Os especialistas afirmam que já não se pode ignorar a crise das migrações maciças, dos deslocamentos internos e dos refugiados do clima, que fogem de secas e da fome. A estreita relação entre preservação de biodiversidade e segurança humana foi colocada em destaque na apresentação europeia da Década.



“Nós trabalhamos nas terras desérticas da Europa oriental e da Ásia central, e ali a biodiversidade está muito vinculada ao uso da terra. As atividades humanas nestas áreas têm um enorme impacto sobre a vida dos animais, entre eles as aves, especialmente pela criação de gado, pastagens excessiva e agricultura”, disse à IPS Johannes Kamp, da Royal Society for the Protection of Birds (Real Sociedade para a Proteção das Aves).



“Assim, para preservar a biodiversidade nestas áreas é preciso comprometer a população e começar a falar seriamente sobre sustentabilidade”, destacou Johannes. Apesar de todo nosso ecossistema depender de um delicado equilíbrio entre mangues e terras desertas, a agricultura industrializada foi e é a maior causa da desertificação no mundo, acrescentou.



O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação, Luc Gnacadja, disse à IPS que “a mudança climática é uma das principais causas de conflito político, desde Iraque até Afeganistão”. As “crises nestas regiões não são acidentais. São causadas por condições de vida miseráveis e pela falta de acesso a terras produtivas e água. Sem dúvida, uma batalha em torno destas necessidades leva a conflitos”, acrescentou.



Como ocorre com a maioria das outras catástrofes relacionadas com o clima, as minorias étnicas do mundo, comunidades nômades ou outras pobres e marginalizadas, são as que pagam o preço mais alto por um problema que não criaram. Para isso, é absolutamente imperativo que a Década permita que as ideias, estratégias e informação sobre a desertificação fluam diretamente, da sociedade civil para a esfera da elite política, disse Luc.



“Aqui os atores não são as corporações, nem mesmo os governos. São os agricultores, os criadores de gado, quem vive e trabalha nas áreas áridas”, afirmou o secretário. “Deve-se permitir que eles comuniquem suas ideias sobre o que funciona e o que não funciona”, concluiu. Não está claro, porém, até que ponto serve a existência de programas esporádicos para abordar uma desertificação tão execrável. Ao que parece, é necessária uma mudança radical e mais integral nas condições econômicas e sociais para abordar realmente este problema.



“A revolução industrial e o avanço da urbanização foram os primeiros fatores que levaram à atual degradação do solo”, disse Luc à IPS. “Os seres humanos causaram mais danos à Terra nos últimos 50 anos do que em toda a história. É possível que até 2050 tenhamos que aumentar em 70% a produção alimentar. Devemos reverter essa tendência. Devemos agir agora para a próxima geração”, ressaltou.

Começa segundo turno da eleição presidencial no Haiti

Da France Presse


Os colégios eleitorais abriram na manhã deste domingo (20) para dar início ao segundo turno das eleições presidenciais no Haiti, nas quais os eleitores deverão escolher entre um cantor popular e uma ex-primeira-dama.

As eleições começaram em todo o país às 6h locais (8h de Brasília), como o previsto, informaram as autoridades.

Mirlande Manigat, uma acadêmica e ex-primeira-dama dos anos 1970, e o cantor Michel Martelly, de 50 anos, competem pelo trabalho de reconstruir um país castigado pela extrema pobreza, com uma infraestrutura destruída devido ao terremoto de janeiro do ano passado - que matou mais de 220 mil pessoas -, e por uma epidemia de cólera.

As eleições colocam fim a uma extensa e turbulenta temporada eleitoral que disparou acusações de fraude e letais episódios de violência depois do primeiro turno em novembro na corrida para suceder o presidente René Preval.

De acordo com uma última pesquisa divulgada na quinta-feira, Martelly, mais conhecido por seu nome artístico de "Sweet Micky", tem 53,4% das intenções de voto, contra 46,6% de Manigat.

Mas o índice de participação, que prevê ser frágil no país mais pobre da América, dificulta qualquer prognóstico: apenas 23% dos 4,7 milhões de eleitores votaram no primeiro turno de 28 de novembro.

Vendedora prepara bancada para eleitores em Porto Príncipe, neste sábado (19) (Foto: Alexandre Meneghini/AP)

Aristide de volta


Este segundo turno se vê complicado pelo retorno depois de sete anos em exílio na África do Sul do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, muito popular entre os mais pobres, a ponto de haver a possibilidade de muitos de seus partidários decidirem não comparecer às urnas.

Aristide, 57 anos, teve de abandonar o poder em 2004 sob a ameaça de uma insurreição armada e pressões dos Estados Unidos e França, que o consideravam incompetente.


Mesmo assim, o retorno em 16 de janeiro, depois de 25 anos de exílio na França do ex-ditador Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier, já tinha complicado o panorama político.

No sábado, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse esperar que o segundo turno presidencial ocorra "em uma atmosfera de calma e paz", afirmou seu porta-voz, Martin Nesirky.

Os resultados do priemiro turno anunciados no início de dezembro deram lugar a violentos protestos que deixaram vários mortos.

Na ocasião, o Conselho Eleitoral Provisório modificou os resultados e excluiu do segundo turno o candidato governista Jude Celestin, acusado de fraude, que tinha ficado em segundo lugar, atrás de Manigar, em benefício de Martelly, que tinha sido terceiro.


Na semana passada, três jovens que faziam campanha em favor de Manigat foram assassinados.


Os centros de votação fecharão às 16h locais (18h de Brasília) deste domingo. Os resultados preliminares das eleições serão anunciados em 31 de março e os definitivos são esperados para 16 de abril. Os eleitores também deverão eleger senadores e deputados


Dilma volta a pedir vaga em conselho da ONU


A presidente Dilma Rousseef cumprimenta Barack Obama no Palácio do Planalto (Foto: Agência Estado)




Em discurso que antecedeu o almoço com o presidente dos EUA, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff voltou a reivindicar uma vaga para o Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.


Antes, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto, ela havia defendido uma "reforma fundamental" na ONU. Em comunicado conjunto dos dois países, divulgado pelo Itamaraty, Obama manifestou "apreço" pela pretensão do Brasil.


"Estamos prontos para dar nossa contribuição para a paz e a segurança internacionais no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ampliado, mais equitativo e democrático”, afirmou Dilma no discurso (leia a íntegra).

Estamos prontos para dar nossa contribuição para a paz e a segurança internacionais no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ampliado, mais equitativo e democrático"
Presidente Dilma


Segundo a presidente, o Brasil pode desempenhar um papel importante no cenário internacional. “Alimentamos a legítima esperança de contribuir, sem voluntarismo, na busca de soluções criativas para os grandes desafios contemporâneos, como a promoção de um acordo de paz entre israelenses e palestinos, povos amigos com os quais nos sentimos solidários.”



Dilma defendeu ainda “regras de comércio mais transparentes e mais justas” em relação aos Estados Unidos. “No comércio bilateral, estou certa de que é mútuo interesse promover a geração de fluxos mais equilibrados, tanto em termos quantitativos como qualitativos”, afirmou, em uma referência à balança comercial hoje desfavorável para o Brasil.

Após a fala, Dilma fez um brinde com todos os que estavam sentados à mesa com ela e com Obama: a primeira-dama Michelle Obama; o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota Patriota, e a mulher dele, Tania Patriota; o vice-presidente Michel Temer; os presidentes da Câmara, Marco Maia, e do Senado, José Sarney; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; e o embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Vieira.



Obama também fez um pronunciamento, curto, no qual ressaltou o crescimento da economia brasileira nos últimos anos e disse que os Estados Unidos querem ser parceiros do Brasil no desenvolvimento de sua economia. “Nós queremos ajudar de toda forma possível para que o Brasil possa realizar todo o seu potencial”, disse.


No início de sua fala, Obama elogiou a arquitetura de Brasília e, ao final, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek, idealizador da capital federal. “Que a luz do progresso sempre brilhe nesta nação”, disse, repetindo JK. Obama também ofereceu um brinde à presidente brasileira.

Fonte G1






Egito encerra referendo sobre mudanças na Constituição

Os votos do referendo sobre a proposta de mudanças constitucionais no Egito estão sendo contados e podem determinar a rapidez da eleição no país após o presidente Hosni Mubarak ter sido derrubado, disse neste domingo (20) o órgão de supervisão judicial.


“Todas as seções eleitorais no Cairo e nas províncias tiveram as votações encerradas e o processo de contagem e todos os documentos e resultados foram entregues”, disse o chefe do órgão de supervisão judicial da votação, Mohammed Ahmed Attiyah, em comunicado.


Ele não indicou quais seriam os resultados ou quando eles seriam anunciados. Observadores independentes disseram esperar que os resultados saiam até o final do domingo.


A votação, concebida para definir eleições presidenciais e legislativas livres, divide o movimento de reforma no país entre os que são favoráveis às alterações e os que exigem que a Constituição seja totalmente reescrita.
Baradei Egito pedra 1 (Foto: Ahmed Ali / AP Photo)


Nobel da Paz recebe pedras


Centenas de manifestantes islâmicos lançaram pedras contra o opositor egípcio Mohamed ElBaradei, quando o político se dirigia a um colégio eleitoral no Cairo para votar no referendo constitucional organizado no Egito neste sábado (19), segundo a agência de notícias France Presse.

ElBaradei foi atingido por ao menos uma pedra nas costas e por água lançada pelos manifestantes. Os manifestantes gritavam "não o queremos", durante sua chegada na tarde deste sábado ao colégio eleitoral do bairro de Moqatam, no leste do Cairo, e lançaram pedras, água e sapatos em sua direção

Ministra renuncia após repressão em protestos antigoverno no Iêmen

Da France Presse


A ministra iemenita dos Direitos Humanos, Huda al Baan, anunciou em um comunicado divulgado no sábado à noite sua saída do governo em sinal de protesto pela repressão às manifestações de sexta-feira em Sanna, que deixou 52 mortos.

A ministra afirma abandonar o governo e o partido do Congresso Popular Geral do presidente Ali Abdullah Saleh para protestar contra "o massacre cruel" de manifestantes na praça da Universidade de Sanaa, que exigem a saída do chefe de Estado.

O subsecretário de seu ministério, Ali Taysir, tomou a mesma decisão.


Manifestantes antigoverno carregam caixão de morto durante protestos de sexta-feira na capital Sanaa (Foto: Muhammed Muheisen/AP)


Funeral


Uma multidão participou neste domingo, perto da Universidade de Sanaa, do funeral de alguns dos 52 manifestantes mortos na sexta.

Os participantes reuniram-se em uma praça em frente à Universidade de Sanaa e a afluência em massa de pessoas ocupou as avenidas adjacentes do local, segundo enviado da agência France Presse que estimou ser a maior manifestação desde o início dos protestos em janeiro para exigir a saída do presidente Ali Abdullah Saleh.


Esse local é o epicentro dos protestos e na sexta-feira foi cenário de uma sangrenta repressão que deixou 52 mortos e em torno de 126 feridos, segundo fontes, quando homens armados - partidários do regime, segundo os manifestantes - dispararam contra a multidão depois da oração semanal.

O presidente Saleh lamentou a morte dos manifestantes e afirmou que não morreram por disparos de agentes das forças de segurança.


Fonte G1

Coalizão internacional retoma bombardeios na Líbia

A coalizão composta por EUA, Reino Unido, França, Canadá e Itália retomou neste domingo (20) os ataques ao território líbio, segundo agências internacionais de notícias.


intervenção militar líbia (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)

Aviões americanos realizaram ataques aéreos nesta manhã sobre tropas terrestres e defesas aéreas do ditador líbio, Muammar Kadhafi, informou o Pentágono em um comunicado. O objetivo da intervenção internacional é impedir que Kadhafi, há 42 anos no poder, volte a atacar opositores ao seu regime. A operação atende a uma resolução aprovada pela ONU que autoriza 'qualquer medida' para impedir o massacre de civis no país.

Em entrevistas a canais americanos, o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA disse que as forças aliadas conseguiram estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre o país. Segundo Mike Mullen, a operação está até agora sendo bem sucedida, embora ainda haja 'muito a fazer'.


Dinamarca avisou que tem quatro aviões de guerra prontos para enviar à Líbia e que estava aguardando instruções americanas.


Ao menos 64 pessoas foram mortas após o início dos ataques de sábado, de acordo com fontes médicas líbias.

Opositor ao regime de Kadhafi atira para o ar em Benghazi (Foto: Finbarr O'Reilly/Reuters)
Armas ao povo

A agência oficial líbia informou que o regime de Kadhafi começou a distribuir armas para mais de um milhão de pessoas.

Em mais um discurso na manhã deste domingo, o ditador garantiu que não deixará a sua terra e que irá "libertá-la" das forças da coalizão, que iniciou ataques aéreos ao país neste sábado (19). "Liquidaremos qualquer traidor ou colaborador da coalizão", ameaçou Kadhafi em um pronunciamento pela TV estatal. O líder disse que não deixará o Ocidente roubar ou explorar o petróleo do país, e assegurou que "todo o povo líbio está armado e vencerá". O ditador ainda disse que prevê "uma longa guerra" contra os opositores.

Madrugada tensa


Disparos de artilharia antiaérea foram ouvidos na madrugada deste domingo em Trípoli, capital da Líbia, após um sábado de bombardeios. O fogo antiaéreo foi seguido de explosões e disparos de metralhadoras, e o céu ficou iluminado de tiros, segundo jornalistas das agências Reuters e da France Presse.

Mapa localiza ataques da coalizão internacional na Líbia (Foto: Arte/G1)
Ao menos um avião sobrevoou o setor da residência-quartel de Kadhafi, no bairro de Bab al Aziziya, no sul da capital, em meio aos disparos de artilharia e várias explosões

A TV estatal afirmou que ataques aéreos aliados estavam ocorrendo em várias regiões da capital do país. Os ataques, segundo a nota, ocorreram nas cidades de Trípoli, Sirte (cidade natal de Kadhafi), Benghazi (sede dos rebeldes antigoverno), Misrata e Zuwarah.


'Campo de guerra'

No final da noite de sábado, Kadhafi disse que a Líbia iria responder militarmente e enfrentar o que ele chamou de uma "agressão colonialista e cruzada", horas depois do início dos ataques da coalizão.

Em um áudio divulgado na TV estatal, Kadhafi disse que o Mar Mediterrâneo e o norte da África se transformariam em um "verdadeiro campo de guerra". Ele prometeu atacar alvos "civis e militares" na região do Mediterrâneo e abrir os depósitos do governo para armar a população líbia.

O ditador também apelou a "africanos, árabes, latino-americanos e asiáticos" que apoiem o povo líbio contra o inimigo. Em comunicado, o governo líbio tratou os ataques de sábado como "agressão", considerou que houve descumprimento da resolução 1.073 da ONU e pediu uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança


coalizao força bélica (Foto: Arte G1)



Fonte: G1

A sociedade de consumo pode gerar sustentabilidade e atores sociais


PORTILHO, Fátima. Sustentabilidade ambiental, consumo e cidadania. São Paulo: Cortez, 2005, 255p.




Entre as preocupações para consolidar uma agenda ambiental na conjuntura atual encontramos o desafio posto de compreender as circunstâncias nas quais será possível conjugar consumo, sustentabilidade ambiental e os respectivos atores para dar conta do propósito. A perspectiva de um modelo de sociedade sustentável conduz à apreciação do relacionamento entre produção e consumo, entre cidadania e práticas sociais. Neste ínterim engendra-se um múltiplo debate na sociologia ambiental, em cujo percurso amadurece as controvérsias sobre as alternativas para os conflitos ambientais em face da degradação e da exaustão de recursos naturais. Estratégias, mediações e atores sociais são fundamentais especialmente para a proposição de um desenvolvimento sustentável. Nesta perspectiva posiciona-se o livro de Fátima Portilho sustentabilidade ambiental, consumo e cidadania, que se apresenta como uma vasta revisão da literatura internacional oriunda de uma tese de doutoramento. Com certeza passa a ser uma referência para ambientalistas e para o campo de análise da sociedade de consumo pela largueza e pertinácia de sua abordagem.


Muitas hipóteses foram lançadas, entretanto o sucesso de consumidores organizado conseguiu atingir somente a institucionalização de demandas. A contribuição da autora tenderá a adquirir um espaço entre os autores contemporâneos que fizeram emergir a temática ambiental a partir do embate de idéias, de práticas sociais e de desvendar soluções para a crise ambiental. Praticamente todos os autores e enfoques a que Portilho se referencia se circunscrevem à perspectiva culturalista, por compreenderem que um projeto de novas idéias e que o consumidor como ator social pode mudar o comportamento individual e a sociedade devastadora por meio do reordenamento do consumo. No entanto, a utilização do termo sociedade de consumo integra o seu discurso sem uma necessária convergência ou divergência com o termo cultura do consumo também largamente utilizado na sociologia ambiental.


As principais questões que suscitam a análise a partir do consumo podem ser assim sintetizadas: a) as ciências sociais possuem um posicionamento chave para a interpretação dos riscos visíveis e invisíveis do consumo ampliado; b) o crescimento perceptível e notório do consumo relativiza os posicionamentos de classe social, pois os efeitos dos riscos ambientais tendem a atingir quase indistintamente a toda população; c) o potencial político a partir do consumo está condicionado à capacidade de desenvolver novas políticas híbridas; d) a análise lida com a consolidação da relevância das mediações e o declínio na legitimidade das instituições; e) a sociedade no momento presente não se caracteriza mais de forma predominante pelo trabalho/produção, pelas classes sociais, mas antes pelo consumo que altera a qualidade de vida e pelos riscos a que todos estão submetidos cotidianamente; f) a emergência da sociedade de consumo, alicerçada na proeminência da ciência e da tecnologia, na abundância de bens implica no fim das tradições, fim da natureza, relativização das posições de classe.

No contexto de uma extensa introdução ao assunto, a autora apresenta inicialmente a proposta da obra e procede a uma parcial revisão da literatura sobre a sociedade de consumo. Entre outros aspectos constrói uma justificativa a relevância e a proeminência da temática abordada, apontando que o tema do consumo no cenário ambientalista vem aproximando-se da centralidade na agenda das ciências sociais. Em outros termos, as abordagens em torno do consumo estariam se encaminhando para alçar a hegemonia no debate dos problemas ambientais, na medida em que estaria em construção um novo discurso que redefine a crise ambiental como um problema predominantemente originado na esfera do consumo.

Os autores referenciados pelas pesquisas sobre questões ambientais chegaram a um consenso de que o consumo e o impacto sobre os recursos naturais estão correlacionados com a questão social, a cidadania e a continuidade da existência das desigualdades sociais. Entretanto, o que os diferencia é a ênfase dada ao significado do consumo a partir de pontos de partida, do lugar social do discurso e das soluções que apresentam como alternativa à crise ambiental. Assim parte do debate referenciado e expresso por Portilho sobre a relação entre meio ambiente e consumo assenta-se na interrogação se o consumidor é um novo ator social, bem como o nexo entre a esfera privada do consumidor e a esfera pública do cidadão.

A autora põe em discussão diversos limites implacáveis e condições de possibilidade. Sem deslizar para a crítica ao consumo supérfluo, alerta para os limites do consumo, a delimitação dos recursos naturais e a busca de uma racionalidade ambiental. Neste contexto define a sua hipótese de trabalho: “as propostas de consumo sustentável restritas à esfera individual são limitadas, limitantes e desagregadoras. As ações de caráter coletivo podem ampliar as possibilidades de ambientalização e politização das relações de consumo, contribuindo para a construção da sustentabilidade e para a participação na esfera pública” (p. 36). Em outros termos, está à procura do lócus e dos atores sociais que congreguem as condições de possibilidade para assimilar a agenda de mudanças que a urgência da agenda ambiental requer. Se de um lado, aponta para as novas condições e possibilidades da ação política na sociedade contemporânea, onde velhas instituições, mediações e mecanismos estão desgastados, de outro o texto versa com parcimônia a abordagem do nexo entre a esfera estatal com o ordenamento jurídico e a sociedade civil com seus múltiplos atores.

No segundo capitulo a autora constrói o percurso do deslocamento discursivo, da produção para o consumo, a partir da emergência internacional do discurso político sobre consumo e meio ambiente. A justificativa para o deslocamento de ênfase da esfera da produção para o consumo se concentraria no fato de que a regulação em grande medida está efetivada na produção e no fato de que a novidade em questões ambientais localiza-se na esfera do consumo, onde também se concentra o espaço de participação do cidadão. A autora intercala de forma congruente os resultados das conferências internacionais e a literatura acadêmica. Todavia, a autora restringe-se quase por completo à literatura e ao contexto internacional do pensamento ambientalista o que por sua vez pode gerar ocasionais lacunas, bem como o risco de idealizar o que está distante, o global, enquanto a realidade cruel com facetas locais pode apresentar outros meandros.


O texto dá conta da ampliação do enfoque sobre o consumo nas abordagens das ciências sociais e dos espaços institucionais onde se tratam das questões relativas aos efeitos ambientais da ciência e da tecnologia, das questões que a produção e o consumo proporcionam. Sob esta ótica a autora realiza uma retrospectiva teórica relacionada à sociedade de consumo, a fim de melhor compreender a relação entre consumo, cultura, cidadania e meio ambiente. Para isto destaca alguns elementos da compreensão e da justificação para se firmar a denominação de sociedade de consumo, bem como a emergência e a trajetória da propensão ao consumo. A trajetória da teoria das necessidades de A. Heller, que a autora não aprecia em sua abordagem, poderia ser muito útil para a explicação da emergência da propensão ao consumo. Ainda mais, antes de eleger um novo pólo de irradiação ou endossar de que a feição do consumo incita a produção, a partir da perspectiva dialética, é possível compreender que em cada circunstância a conjugação de fatores permite assinalar a influência mútua entre produção e consumo, ou a interdependência ou da preponderância.

O campo da natureza só faz sentido se passar pela esfera de compreensão humana e das relações sociais. Isto é endossado por diferentes vertentes, tanto por culturalistas, quanto por uma vertente dialética materialista. Neste sentido, ainda no terceiro capítulo a autora enfoca em síntese três diferentes maneiras de abordar a sociedade de consumo, é sobre estas teorias e suas perspectivas que convém firmar alguns comentários. A primeira vertente apresenta a perspectiva do consumo dependente à produção industrial, inserido na sociedade capitalista e subordinado à luta de classes, à predominância da mercadoria e do lucro. Nesta ótica o consumidor é visto acima de tudo como vítima, explorado, manipulado e passivo. A segunda, como reverso da anterior, focaliza a sociedade de consumo como a ratificação da racionalidade e a consumação do utilitarismo. Ou seja, pela teoria de escolha autônoma do individuo, consumir é um ato racional por excelência, sendo o consumidor visto pela ótica do racional, soberano, direito de escolha e poder. O terceiro enfoque caracteriza-se como pós-moderno, apresenta um olhar múltiplo da sociedade de consumo, porém existe um consenso quanto à perspectiva material e simbólica do consumo. A aquisição diferenciada de bens possui a virtude de fortalecer laços e relacionamentos sociais, sendo o consumidor apreciado pela ótica do poder, decisão, identidade, escolha, subjetividade.



Um reparo às escolhas e ao enfoque da abordagem apresentada de modo especial neste capítulo, mas cuja perspectiva a acompanha por toda obra. Por mais que se concorde quanto às carências de Marx e da escola de Frankfurt para compreender ao que hoje se caracteriza como sociedade de consumo, há de se convir que outros autores sob influência da dialética e análise marxista, também menos ortodoxos, dedicaram-se ao estudo do consumo na vertente dos eco-marxistas e dos eco-socialistas. Esta última corrente esteve visivelmente presente nas edições do Fórum Social Mundial, realizadas em Porto Alegre. De um lado, a autora desconsidera, ou não consegue perceber, a parcela de contribuição do marxismo contemporâneo para a compreensão da sociedade de consumo, na medida em que autores de reconhecimento internacional, tais como Burkett, Foladori, Foster, Jameson, Leff, Lefevbre, Redclif entre outros não estão mencionados ou são referencias secundárias.

De outro ainda, embora considere as múltiplas abordagens da sociedade de consumo, não estabelece uma nítida distinção entre as vertentes que discordam e daquelas que endossam que as questões ambientais engendradas pela sociedade de consumo podem também ser encaminhadas pela ciência e pelo mercado. E deste ponto de vista, o grande ausente do livro de Portilho é o mercado, pois embora a autora seja explícita na crítica das alternativas fáceis ou imediatas da sustentabilidade ambiental, não fica claro o suficiente como o consumo sustentável vai se relacionar com o mercado e seus poderosos mecanismos de marketing. Sem dúvida, outro ausente é o Estado como regulador ou como espaço de negociação dos conflitos ambientais, por mais que se concorde com a crise institucional.


No quarto capítulo a autora aborda a preocupação com o consumo no movimento ambientalista pós-rio92, de um lado destacando dilemas, promessas, abrangência, armadilhas e ambigüidades das propostas de consumo verde que de alguma forma vem sendo absorvidas pelo mercado, e, de outro, as possibilidades das estratégias e os desafios conceituais e políticos do consumo sustentável. Sob este último aspecto, na qualidade de abrangência e da congruência do olhar, três dimensões se integram produção justa, distribuição solidária e consumo sustentável. A contar pelo título, poderia obter um lugar de destaque na exposição dos argumentos o importante documento “agenda 21”, ainda mais que o mesmo possui cunho internacional e trata no capitulo quarto da mudança nos padrões de consumo e cinco capítulos distintos versam sobre desenvolvimento sustentável. Todavia, o texto fica devendo ao leitor a abordagem dos dilemas inusitados e dos desafios políticos extraordinários para que a formulação de proposições no campo ambiental transformem-se em resoluções práticas no seio da sociedade civil.


A conferência Rio 92 combina o espaço na mídia para a divulgação de problemas, a multiplicação de análises científicas sobre a interação sociedade e meio ambiente e o nível sem precedentes do interesse societal por questões ambientais. O movimento ambientalista prestou-se como um ator relevante para a internalização das questões ambientais, especialmente porque seu apelo contagiou setores intelectuais da academia e porque propugna a formulação de políticas públicas. O movimento em prol do consumo verde teria fracasso em suas pretensões, segundo a autora, pela simples razão de que se centra na questão ética individual, enquanto predomina o utilitarismo.

No quinto capitulo, Portilho pretende dar conta da formulação inicial do seu problema de investigação: as propostas de consumo sustentável no embate entre a esfera individual e as ações de caráter coletivo visando a politização e a ambientalização do consumo, bem como conectando sustentabilidade e cidadania. No lugar de compreender a esfera do consumo como pela lógica da submissão e acomodação ao sistema, a autora quer desvendar subsídios para traçar as feições do consumidor como um ator social ou um cidadão. Ao contrário da afirmativa de Canclini “cidadão do século XVIII e consumidor do século XXI” soma esforços na reflexão para demonstrar que do papel de consumidor será viável a emergência do cidadão na sociedade de consumo. Neste sentido, contrapõe duas lógicas, a da despolitização pela dominância do mercado sobre a esfera pública, portanto, de cidadão a consumidor, e a lógica da politização onde a partir do consumo abrem-se as condições para a emergência de um ator social. Neste percurso a autora mantém-se sóbria na análise das conseqüências políticas do deslocamento da questão ambiental para o campo do consumo, uma vez que se dedica intensamente aos limites e possibilidades, injunções e condicionamentos históricos, desafios e ambigüidades da politização do consumo.

O movimento ambientalista de contestação ao consumo ou de boicote, sob um ponto de vista da crítica e de longo prazo, não é um movimento histórico, uma vez que na sua multiplicidade não cogita um projeto arrojado de sociedade alternativa ou substantivamente distinta do presente. Ao longo dos anos a consciência ambientalista levou as exigências ambientais a superarem a perspectiva monotemática, tendendo a sair do setorismo e sectarismo. Na sua diversidade contempla temas que possuem uma centralidade entre os problemas da modernidade, em que o consumo aparece entre os riscos das questões ambientais. Ao longo do desenvolvimento da perspectiva ambiental modificou-se a visão sobre o desenvolvimento da tecnologia e de seus efeitos ambientais, bem como existem diferentes agentes sociais que endossam a sustentabilidade.

Se de um lado, a internalização na estrutura do Estado retira relevância e radicalidade das questões ambientais, de outro, a internalização de longe não se apresenta homogênea no aparelho de Estado em suas diferentes instâncias. Sem sombra de dúvida ocorreu uma institucionalização da questão ambiental, mas de outro, como ampliar uma sociedade ambiental sem penetrar nos meandros da institucionalidade, da burocracia.



Uma ambigüidade permanece no que diz respeito ao ponto de partida para a compreensão quando se trata da radicalidade: o discurso e a prática radical consiste numa oposição ao consumo intenso e ampliado, ou os efeitos soam maiores com a internalização da perspectiva ambiental em todos os âmbitos da sociedade? Onde se encaminham e resolvem os problemas ambientais: no mundo da vida e suas relações cotidianas complexas ou na construção de modelos sociais destacando a utopia da mudança social?



Veja-se a dupla dimensão: de um lado, o significado da incorporação pelo público das reivindicações ambientais em situações de relações sociais complexas, de outro, o quanto o conhecimento de problemas ambientais produz os respectivos comportamentos no público, mesmo implicando em restrições às comodidades da sociedade de consumo. Este último aspecto interroga sobre a disponibilidade do consumidor para ´pagar o preço´ a fim de construir uma sociedade sustentável.



Ao contrário da retração em face das questões ambientais nas ciências sociais, a autora defende uma diversificação e revitalização do campo da sociologia ambiental a partir da ênfase na sociedade de consumo e o papel dos novos atores sociais. A análise se aprofunda na crítica à sociedade de consumo, uma vez que a deterioração do meio ambiente causa também respeitáveis impactos sobre aspiração à qualidade de vida. Verifica-se uma crescente compreensão no que diz respeito do nexo entre abundância de consumo e uma racionalidade da qualidade ambiental, bem como do nexo entre as dimensões materiais e simbólicas do consumo.



Resta ainda saber como o gérmen da politização do consumo vai desenvolver-se na direção de produzir alternativas efetivas à degradação e devastação dos recursos naturais. Resta saber como na prática social esse gérmen de cidadania ambiental vai se reapropriar da vida da democracia direta. Não por último, como não abandonar a perspectiva dialética, compreendendo a cada circunstância a conjugação de fatores que permitem desvendar a influência mútua entre produção e consumo, entre consumo e cidadania, entre a dimensão individual e social, entre forças e conflitos sociais, entre sustentabilidade econômica e sustentabilidade sócio-ambiental.



Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011




“Mantendo a visão e a motivação para chegar à sustentabilidade”; “Internalizando a sustentabilidade nas empresas” e “Grandes Eventos e Cidades Sustentáveis” estão entre os temas que serão apresentados do próximo Fórum Mundial de Sustentabilidade, que a Seminars e o LIDE promovem em Manaus, de 24 a 26 de março.


Foram convidados para os debates os especialistas Paul Hawken, ambientalista; Adam Werbach, ativista ambiental, e Dan Epstein, chefe de Desenvolvimento Sustentável e de Regeneração das Olimpíadas de Londres 2012, respectivamente.

O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, deve vir ao Brasil para o Fórum Mundial de Sustentabilidade, em março do ano que vem, em Manaus, organizado pela Seminars, de Nizan Guanaes e João Doria.



Além dele, já confirmaram presenças o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e o bilionário Richard Branson, dono do Grupo Virgin.

www.forumdesustentabilidade.com.br/

Glauber Machado ganhador da promoção "Você e a Eccaplan no Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011


"Educar e Senbilizar as crianças de hoje para serem adultos com consciência ambiental e empoderar a juventude atual para propor mudanças no mundo".


Com esta frase o estudante do ultimo semestre de Relações Internacionais da Capital baiana conquistou os diretores da Eccaplan Consultoria Ambiental  e é vencedor  da nossa promoção “Você e Eccaplan no Fórum Mundial de Sustentabilidade” e recebeu um convite para participar dos 3 dias de evento.

O Fórum Mundial de Sustentabilidade, em sua segunda edição, de 24 a 26 de março de 2011, reunirá em Manaus personalidades como: Bill Clinton, Fundador da William J. Clinton Foundation e Ex-Presidente dos Estados Unidos; Arnold Schwarzenegger, ex-governador do Estado, da Califórnia (EUA); Richard Branson, fundador e presidente do Virgin Group, além de lideranças em Sustentabilidade, CEOs das mais importantes empresas nacionais e internacionais, líderes políticos, lideranças de ONG’s ambientais, lideranças de universidades e jornalistas de todo o mundo.

De acordo com Glauber,uma grande oportunidade para fazer contato com representantes de grandes empresa no Brasil e América Latina e um passo importante para a inserção profissional na sua área de estudo.



 A Eccaplan é uma consultoria na área ambiental focada no desenvolvimento e implementação de projetos ambientais em empresas e eventos, como: Programa de Gestão de Resíduos, Relatórios de Sustentabilidade e Quantificação e Compensação de Gases de Efeito Estufa.





Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011





Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011 assume sua co-responsabilidade socioambiental

Um tema recorrente nas Políticas Estaduais e Nacional e Protocolos Internacionais de Mudanças Climáticas e Biodiversidade é a co-responsabilidade socioambiental.

Comprometido em não apenas promover um excelente debate ambiental e realizar propostas ambientais, a Seminars assumiu o compromisso de fazer um evento ambientalmente correto e socialmente justo.

Com este objetivo, a Eccaplan Consultoria em Sustentabilidade, pelo segundo ano consecutivo, foi selecionada a oferecer toda a assessoria ambiental no processo de preparação e realização do Forum Mundial de Sustentabilidade 2011.

A metodologia adotada é divida em 8 grandes categorias, nas quais é aplicado questionário específico e iniciativas socioambientais:

1. Preocupação com os materiais empregados no evento

2. Seleção de Fornecedores (com políticas socioambientais e locais, de preferência)

3. Logística para prestadores de serviços

4. Logística dos participantes e palestrantes

5. Infra-estrutura do local do evento

6. Materiais de divulgação

7. Quantificação do impacto ambiental, quanto as emissões de CO2 (inventário de emissões de gases de efeito estufa)

8. Compensação ambiental ou neutralização de carbono. Realizada com projetos de tecnologia limpa, certificados

A metodologia adotada para a quantificação do impacto ambiental obedece o Protocolo GHG (Greenhouse Gas Protocol) e diretrizes do Programa Evento Neutro (www.eventoneutro.com.br), programa voluntário de ação e educação ambiental contra as mudanças climáticas.

O Programa Evento Neutro, desenvolvido pela Eccaplan, é direcionado às organizações e pessoas preocupadas em entender e compensar a forma que impactam o meio ambiente, além de se preparar a políticas de restrição de Carbono.

"É essencial quantificarmos e precificarmos o Carbono, só assim recompensaremos as pessoas e projetos que realizam Serviços Ambientais e incentivaremos o desenvolvimento de tecnologias limpas", afirmou Al Gore, no Forum de Sustentabilidade 2010.

As ações de redução de emissões seguirão as categorias listadas acima (Programa de Gerenciamento de Emissões Eccaplan) e o cálculo de emissões irá considerar: transporte terrestre da equipe de montagem, staff e convidados, uso de equipamentos, uso de serviços de infra-estrutura do Hotel Tropical, como eletricidade e geração de resíduos sólidos.

As emissões quantificadas serão compensadas por meio do apoio a projetos certificados de desenvolvimento sustentável no Brasil. Nesses projetos, cada tonelada de gás carbônico removida da atmosfera ou evitada (tecnologias limpas) são comprovadamente mensurada por empresa certificadora e utilizada para compensar as emissões equivalentes do evento.

O Forum de Sustentabilidade de 2010 compensou as emissão de 111 ton de CO2e por meio do apoio ao projeto da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, o qual apresenta os seguintes benefícios: fortalecimento da Fiscalização e Controle Ambiental; geração de renda através de negócios sustentáveis; desenvolvimento comunitário, pesquisa científica e educação; pagamento direto por serviços ambientais (Programa Bolsa Floresta). Este impacto ambiental equivale ao plantio e manutenção por 20 anos de 410 árvores ou a emissão de gás carbônico de 380 viagens SP/RJ/SP.

Veja mais informações sobre os projetos ambientais em Projetos Ambientais.

Para mais informações sobre as iniciativas ambientais acesse o site www.eccaplan.com.br ou envie um e-mail para contato@eccaplan.com.br .

Sobre a Eccaplan (www.eccaplan.com.br)

Visando contribuir para a inclusão da agenda ambiental ao plano estratégico das empresas, a Eccaplan Consultoria em Sustentabilidade, tem como objetivo desenvolver estratégias, produtos e serviços que promovam uma economia de baixo carbono, agregando valor socioambiental a produtos e serviços de nossos clientes.

Eccaplan Consultoria em Sustentabilidade desenvolveu os programas de ação e educação contra as mudanças climáticas, Programa Empresa Neutra em CO2 e o Programa Evento Neutro (www.eventoneutro.com.br). Estes programas consistem em quantificar e compensar o impacto ambiental de empresas, eventos, produtos e serviços.



Código Florestal: a urgência da sustentabilidade




Fonte: Blog Amazônia Sustentável


O código florestal voltou à pauta nacional. Na semana passada, o líder do governo na câmara, Cândido Vacarezza, fechou um acordo com membros da bancada ruralista para votar o requerimento de urgência para o substitutivo ao PL 1876/1999, que institui um novo código florestal. Desde julho deste ano o substitutivo proposto por Aldo Rebelo espera para ser votado em plenário. A expectativa ruralista era que fosse votado após as eleições, mas o projeto é bastante polêmico e a votação tem sido postergada.

Se for votado o requerimento de urgência, a proposta para um novo código florestal entraria em um regime de tramitação especial e a proposição poderia ser votada rapidamente. Atualmente, estima-se que há mais de cem projetos de lei tramitando em regime de urgência na câmara.

A urgência foi o meio termo que Vacarezza encontrou para aliviar a pressão simultânea daqueles que queriam votar logo o projeto e daqueles que defendem uma discussão mais ampla. Segundo entrevista concedida pelo deputado, trata-se de uma medida política para trazer conforto[1].

A situação realmente envolve tensão e exige respostas rápidas. O substitutivo proposto por Aldo Rebelo é uma prioridade para os ruralistas, porque apesar de não ser considerado perfeito, resolve o principal problema do setor– a irregularidade. Sparovek calculou que o déficit de Reserva Legal (área percentual do imóvel que deve ser mantida com vegetação nativa) chega a 43 milhões de ha[2], o que significa que 17% do que deveria ser Reserva Legal já foi desmatado[3]. O problema deve aumentar, já que a partir de 11 de junho de 2011 todas as propriedades rurais do Brasil são obrigadas a ter Reserva Legal averbada e segundo estimativa da própria ministra do meio ambiente apenas 15% dos imóveis cumprem essa obrigação hoje em dia[4].

O elevado índice de irregularidade mostra que apesar de ser uma lei visionária, o código florestal ainda não pegou no Brasil. Isso é ruim para os produtores rurais e para todo o país, porque a devastação ambiental continua enquanto aumentam a insegurança jurídica. Não há dúvida de que o cenário de irregularidades precisa ser tratado; a grande questão é a forma como isso será feito.

O substitutivo prevê duas formas para acabar com a ilegalidade. Primeiro, dando uma concessão para que áreas que estão ilegais passem a ser legais, ou seja, anistiando desmatamentos ilegais[5]. Essa medida é defendida porque algumas situações de ilegalidade decorrem de mudanças na lei que transformaram cultivos que estavam regulares em ilegais[6]. O problema é que a anistia não vale só para esses casos. Ela se estende a qualquer proprietário que tenha desmatado até 22 de julho 2008 e esteja fora da lei, inclusive as/os que desmataram propositalmente contra a lei. Anistiar esses proprietários seria como premiar quem cometeu um crime e prejudicar quem respeitou a lei. É para evitar este incentivo perverso que críticos desaprovam o substitutivo de Aldo Rebelo.

A segunda forma pela qual o substitutivo acaba com a ilegalidade é reduzindo as exigências do que precisa ser preservado. Por exemplo, o substitutivo reduz a largura da mata ciliar para rios de até 5 metros de 30 metros para 15 metros. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) tem visto essa e outras reduções com extrema preocupação e alertaram que o substitutivo pode aumentar o desmatamento em locais extremamente sensíveis, elevar a emissão de gases de efeito estufa, levar à perda da biodiversidade e contribuir para o aumento de desastres ambientais ligados a deslizamentos, enchentes e inundações[7]. É para evitar que o Brasil dê um passo atrás na proteção ambiental que críticos do substitutivo rejeitam sua aprovação.

Em suma, o substitutivo resolve no curto prazo o problema da irregularidade, mas cria as bases para novos problemas. Por isso que se o que queremos para o Brasil é aliar desenvolvimento econômico, ambiental e social, a votação do substitutivo em regime de urgência não é o melhor caminho. Ao mesmo tempo, o problema da irregularidade não pode ser relegado a segundo plano. O Brasil precisa sim regularizar o setor rural, mas tem que fazê-lo de acordo com os princípios de sustentabilidade, garantindo que o elemento de preservação e recuperação ambiental norteiem a regularização. A urgência, portanto, não deveria ser para votar o substitutivo, mas sim para exigir um compromisso do governo de elaborar e executar antes de junho de 2011 um plano de regularização ambiental que dê apoio efetivo para o produtor rural cumprir o código.

[1] Blog do Planeta (09 de Dezembro 2010). “Só vamos votar o novo Código no próximo ano”, diz Vaccarezza” http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2010/12/09/so-vamos-votar-o-novo-codigo-no-proximo-ano-diz-vaccarezza/

[2]Sparovek, G. et al (junho 2010). Considerações sobre o Código Florestal brasileiro

[3]Considerando cálculos de Sparovek de que a reserva legal necessária seria de 254 milhões de ha

[4]Página 22(agosto 2010). Entrevista_Izabella Teixeira

[5] O Ministério Público Federal publicou nota técnica acerca do substitutivo ao Projeto de

Lei nº 1.876/1999, em que destacou: “O substitutivo prevê que a partir da realização do Cadastro Ambiental, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por infrações aos arts. 2º, 3º, 4º, 10, 16, 19, 37-A e 44 e das alíneas a, b e g do art. 26 da Lei nº 4.771, 15 de setembro de 1965, cometidas na respectiva propriedade ou posse antes de 22 de julho de 2008, ficando as multas já aplicadas, suspensas.(…) Essa proposta confere verdadeira anistia àqueles que desrespeitaram as leis na vigência da legislação anterior.(…)”


[6] Um exemplo são as plantações às margens de rio. Até 1986, o produtor só tinha que manter preservada uma área de 5 metros ao longo de cursos d’água de até 10 metros de largura. Nesse ano, a obrigação de preservação passou para 30 metros. Isso significa que o quer que ele/a plantasse entre 5 e 30 metros do passou a ser ilegal.

[7]“ABC e SBPC manifestam preocupação com mudanças propostas ao Código Florestal” -http://www.abc.org.br/article.php3?id_article=719



Sociedade Civil denuncia novo acidente nuclear em Caetité, na Bahia




A REBIA pediu esclarecimentos à INB que confirmou o rompimento e esclareceu que o mesmo não afetou nem ao meio ambiente nem aos trabalhadores e que já comunicou o fato aos órgãos licenciadores.

Por meio deste, e atendendo solicitação de organizações sócio ambientais de Caetité e Lagoa Real, indagamos se V. Sas. foram informadas do rompimento de uma tubulação ocorrido na unidade mínero-industrial da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no domingo (02/05), que já levou milhares de litros de licor de urânio para o solo, na área de extração e beneficiamento deste minério, no distrito de Maniaçu, no sudoeste da Bahia.

Segundo o que se comenta na cidade desde ontem, o acidente, visto como dos mais graves de uma série ocorrida desde que a INB começou a minerar, em 2000, levou a direção da INB a suspender as atividades, deslocando todos os setores para um esforço concentrado a fim de recolher o solo atingido pelo urânio: retro-escavadeiras estariam trabalhando no local a todo vapor, para concluir logo a coleta e depósito do solo nas pilhas de estéril, antes da chegada de equipes de fiscalização dos órgãos ambientais.


Este é mais um evento, que só vem comprovar a insegurança nas instalações e no processo produtivo da INB, detalhadamente descrita no Relatório sobre Fiscalização e Segurança Nuclear no Brasil, da Câmara de Deputados, também evidenciada em parecer do Tribunal de Contas da União sobre o setor nuclear.

A situação na URA/Caetité é tão grave que gerou uma Ação Civil Pública por parte do Ministério Público Federal, em julho do ano passado, recomendando a suspensão imediata das atividades da mineradora até que seja garantida a segurança dos trabalhadores, da população, do meio ambiente, e sanadas as irregularidades do sistema de radioproteção e segurança, principalmente, a separação entre o fomento e a fiscalização das atividades nucleares.

Ainda que a Justiça Federal, em Guanambi, tenha permitido a continuidade do funcionamento da INB, negando a liminar pedida pelo MPF, inclusive, apesar da comprovação da contaminação da água de poços, usados para consumo humano e animal, os habitantes da região, em especial os moradores do entorno da mina, mais diretamente atingidos pela mineradora, esperam que os órgãos competentes, desta vez, tomem as providências cabíveis e urgentes que mais este grave acidente exige. Requerem, ainda, com base no direito democrático à informação e na lei de Acesso à Informação Ambiental, (No. 10.650, de 16 de abril de 2003), que dispõe sobre o acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), esclarecimentos sobre as medidas eventualmente adotadas por V. Sas. e a revelação das reais conseqüências que estes eventos trazem para a região e suas populações.

RESPOSTA DA INB

As Indústrias Nucleares do Brasil comunicam que, às 11 horas do dia 2 de maio, durante a operação de limpeza da bacia TQ-1401 para remoção dos precipitados depositados no fundo da mesma, ocorreu rompimento de uma tubulação de transferência provisória desse material para a área de tratamento de efluentes.


O incidente resultou no derramamento de parte desses precipitados contendo pequena concentração de urânio, sobre uma área controlada de terreno de argila compactada e brita, de aproximadamente 70 m2.

Os trabalhos de remoção foram iniciados imediatamente. O meio ambiente não foi afetado e esse incidente não significou risco radiológico para os trabalhadores, que usavam equipamentos de proteção adequados e não foram atingidos pela lama.

A INB já comunicou o fato aos órgãos licenciadores – IBAMA e CNEN – que receberão também um relatório circunstanciado sobre o evento, que ficou restrito à área controlada 140.

A INB reafirma o seu compromisso com a transparência, com a preservação do meio ambiente e da saúde de seus trabalhadores e da população da região.

Atenciosamente,

Comissao Paroquial de Meio Ambiente de Caetité

Associação Movimento Paulo Jackson - Ética, Justiça, Cidadania - assmpj@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Caetité e Salvador, 04 de maio de 2010


Enviado para: Sra. Izabella Mônica Vieira Teixeira, Ministra de Meio Ambiente; Sr. Abelardo Bayma Azevedo, Presidente do IBAMA; Sr. Pedro Alberto Bignelli, Diretor de Licenciamento Ambiental – DILIC; Sr. Célio Costa Pinto, Superintendente do IBAMA / Bahia.


Com cópia: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministérios membros do Conselho Nacional de Política Energética; Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia; Diretoria do INGA; Diretoria do IMA; Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia; Ministério Público Federal da Bahia; Ministério Público Estadual da Bahia.


Nuvem radioativa chegará à Europa semana que vem, dizem especialistas franceses

Vazamento de radiação em Fukushima preocupa autoridades europeias
Takayama/AFP


Especialistas franceses afirmam que uma nuvem radioativa causada pelas explosões na central de Fukushima, no Japão, deverá chegar à Europa na próxima semana, mas estimam, no entanto, que ela não será nociva à saúde.



Jean-Marc Peres, chefe do serviço de fiscalização da radioatividade no meio ambiente do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França, disse que "é muito provável' que a nuvem seja detectada a partir da próxima semana no território francês".


O IRSN criou o site Criter Japon, que permite à população ter acesso ao nível de radiação na França. A radiação é medida por sensores espalhados pelo país quase em tempo real, com apenas uma hora de defasagem em relação à coleta dos dados.

O site mostra as áreas do país onde estão situados os sensores, e legendas em cores explicam os níveis de radioatividade.

O site Criter Japon tem tido "um número tão grande de acessos" que tem ficado fora do ar, informa o IRSN.

O especialista do instituto afirma, no entanto, que em razão do fenômeno de dispersão das partículas radioativas durante o trajeto de vários milhares de quilômetros entre o Japão e a Europa, "é certo que o nível de radioatividade da nuvem ficará abaixo do limite nocivo à saúde".

Em um debate no Parlamento francês nesta quarta-feira (16), a ministra do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, também não excluiu a possibilidade de que a Europa seja afetada pelo acidente nuclear em Fukushima, mas afirmou que o impacto radioativo "não deverá causar problemas".

O governo francês pediu nesta quarta-feira ao órgão responsável por urgências de saúde no país para fazer um levantamento do estoque de pastilhas de iodo na França, substância que impede que a radioatividade tenha efeitos sobre a tiroide.


O objetivo, segundo as autoridades, é determinar se a França está pronta para enfrentar a passagem de uma nuvem radioativa, ou mesmo uma catástrofe nuclear.

Segundo jornais franceses, várias pessoas já procuraram comprimidos de iodo em farmácias.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, organizou nesta quarta-feira uma reunião ministerial de crise sobre a ameaça nuclear no Japão.

- A situação é extremamente preocupante, muito grave.

O ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou nesta quinta-feira que a França "está pronta" para acolher japoneses que precisem de cuidados médicos por conta de exposição à radiação.

- Temos hospitais especializados, com serviços de hematologia adaptados. Os franceses que foram repatriados do Japão também terão, claro, um acompanhamento médico específico.





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