Diplomacia, O representante de uma nação. Oportunidades iguais a todos.

Hoje, o tema é sobre a Ação Afirmativa do IRBr, Sinceramente não pretendo discutir sobre a questão racial no Brasil, muito menos sobre a questão de cotas ou coisas desse tipo, aqui neste blog. A questão é que a bolsa-prêmio existe e é uma grande oportunidade para os afro-descendentes. A preparação para o concurso de diplomacia é extremamente cara. Os cursos existentes no mercado são caríssimos e os livros necessários também não são nada baratos – quanto a isso eu tenho uma dica que publicarei depois. Portanto, para mim, a possibilidade de adquirir uma bolsa para custear meus estudos é a única saída para alcançar meus objetivos. E é o primeiro passo na minha caminhada rumo à carreira diplomática...

“O programa de ação afirmativa do Instituto Rio Branco visa a aumentar a igualdade de oportunidades no acesso à carreira diplomática. Com ele, o Itamaraty dá mais um passo na sua longa trajetória de democratização e de busca da excelência. A finalidade do Termo de Ajuste ao Protocolo de Cooperação sobre a Ação Afirmativa é a normatização do processo de criação e concessão de "Bolsas-Prêmio de Vocação para a Diplomacia" em favor de estudantes afro-descendentes que venham a candidatar-se ao Concurso do Instituto Rio Branco para a formação de diplomatas brasileiros, com vistas a propiciar maior igualdade de oportunidades e diversidade étnica na formação desses profissionais. O objetivo é, pois, de acordo com uma série de medidas de ação afirmativa implementada pelo Governo Federal, incentivar e apoiar o ingresso de afro-descendentes na carreira diplomática, mediante a concessão de bolsas destinadas ao custeio de estudos preparatórios ao Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, promovido anualmente pelo Instituto Rio Branco.” 
O programa existe desde 2002 e atualmente são disponibilizadas 20 bolsas-prêmios de Vocação para a Diplomacia, no valor de R$ 25.000, desembolsado parceladamente entre março e dezembro, aos candidatos que forem selecionados. A bolsa-prêmio deverá ser utilizada para o custeio de material bibliográfico e para o pagamento de cursos preparatórios ou de professores especializados nas disciplinas exigidas pelo Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, realizado anualmente pelo Instituto Rio Branco, poderá, no entanto, ser autorizado o emprego de, no máximo, 30% dos recursos da bolsa-prêmio para despesas de manutenção, desde que conste, de modo detalhado e justificado, do Plano de Estudos e Desembolso apresentado no ato de inscrição. Para a concessão das bolsas-prêmio, é realizado um Processo Seletivo, de que participam o Instituto Rio Branco (IRBr) e as instituições partícipes do Programa, e é executado,  em sua primeira etapa, pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB). O Processo Seletivo para a bolsa-prêmio é realizado em duas etapas: 

A Primeira Etapa examina conhecimentos e habilidades e consiste de uma Prova Objetiva e de uma Prova de Redação. A primeira etapa ocorre nas principais capitais do país.

A Segunda Etapa, de caráter eliminatório e classificatório, consistirá de Análise de documentação submetida pelo candidato no momento da inscrição e de Entrevista Técnica, a cargo de Comissão Interministerial reunida para esse fim. A segunda etapa acontece somente em Brasília/DF

REQUISITOS BÁSICOS PARA A INSCRIÇÃO NO PROCESSO SELETIVO - 2008 
1.                 Ser brasileiro nato, conforme artigo 12, parágrafo 3.º, V, da Constituição Federal.
2.                 Ser afro-descendente (negro), condição a ser expressa por meio de autodeclaração.
3.                 Estar em dia com as obrigações eleitorais.
4.                 Estar em dia com as obrigações do Serviço Militar, para os candidatos do sexo masculino.
5.                 Haver concluído curso de graduação de nível superior, em instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação (MEC), ou estar habilitado a concluir curso dessa natureza até o final de 2009.
6.                 Haver completado a idade mínima de 18 anos até a data da publicação do resultado final do Processo Seletivo.
7.                 Ter seu currículo cadastrado e atualizado na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/index.htm.8.                 Cumprir as exigências deste Edital. 
O processo durante os anos
 2008
ABERTURA DO EDITAL NO DIA 04 DE DEZEMBRO.
INSCRIÇÃO: Gratuita e efetuada no período de 08 a 26 de dezembro de 2008.
DATA DAS PROVAS
10 de janeiro 2009
– Prova Objetiva – 03:30hr de duração, iniciando-se às  14 horas.
11 de janeiro de 2009
– Prova de Redação – 4 horas de duração, iniciando-se às 14 horas.
PRIMEIRA ETAPAA Prova Objetiva, de caráter eliminatório e classificatório e consistirá de 100 itens, sendo 60 itens de Língua Portuguesa e 40 itens de História do Brasil e de Política Internacional.
LÍNGUA PORTUGUESA:
Compreensão, interpretação e reescritura de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas e discursivas: 1 Tipologia textual. 2 Paráfrase, perífrase, síntese e resumo. 3 Significação literal e contextual de vocábulos. 4 Processos coesivos de referência. 5 Coordenação e subordinação. 6 Emprego das classes de palavras. 7 Estrutura, formação e representação  das palavras. 8 Ortografia oficial. 9 Pontuação. 10 Concordância. 11 Regência. 12 Redação de correspondências oficiais.
HISTÓRIA DO BRASIL:
1 Brasil Colônia. 1.1 Bases da colonização: latifúndio, escravidão, monocultura. 1.2 A cana-de-açúcar: hegemonia econômica e política do Nordeste; constituição da sociedade patriarcal. 1.3 A economia mineradora: interiorização da colônia; urbanização. 1.4 Os movimentos insurrecionais. 2 Brasil Independente: Império. 2.1 O processo de independência: a conjuntura européia e a transferência do Estado português para o Brasil; o fim do pacto colonial. 2.2 O Primeiro Reinado e o cenário de crises políticas. 2.3 As Regências: instabilidade e experiência federalista. 2.4 O Segundo Reinado: parlamentarismo e partidos políticos; a hegemonia do café; o processo abolicionista. 3 Brasil Independente: República. 3.1 A República Velha. Revolução de 1930. 3.2 A Era Vargas: modernização econômica e centralismo político. O Estado Novo. 3.3 A redemocratização pós-1945. A Constituição de 1946. Industrialização e urbanização. 3.4 Do Golpe de 1964 à crise do regime militar. 3.5 O processo democrático a partir de 1985. A Constituição de 1988.
NOÇÕES DE POLÍTICA INTERNACIONAL:
1. Relações internacionais: conceitos básicos, atores, processos, instituições e principais paradigmas teóricos. 2. A política externa brasileira: evolução desde 1944, principais vertentes e linhas de ação. 3. O Brasil e a América do Sul. Mercosul. 4. A agenda internacional e o Brasil: 4.1 Desenvolvimento; 4.2 Pobreza e ações de combate à fome; 4.3 Meio ambiente; 4.4 Direitos Humanos; 4.5 Comércio internacional e Organização Mundial do Comércio (OMC); 4.6 Sistema financeiro internacional; 4.7 Desarmamento e não-proliferação; 4.8 Terrorismo; 4.9 Narcotráfico; 4.10 A reforma das Nações Unidas. Constituída de itens a serem classificados como certos ou errados, agrupados por comandos que deverão ser respeitados. O julgamento de cada item será CERTO ou ERRADO, de acordo com o(s) comando(s) a que se refere o item.
·         1,00 ponto, caso a resposta do candidato esteja em concordância com o gabarito oficial definitivo
·         1,00 ponto negativo (menos um ponto), caso a resposta do candidato esteja em discordância com o gabarito oficial definitivo da prova;
·         0,00 (zero), caso não haja marcação ou caso haja marcação dupla (C e E).
Será eliminado o candidato que se enquadrar em pelo menos um dos itens a seguir:
·         Nota inferior a 12,00 pontos no conjunto de itens que avaliam História do Brasil e Política Internacional;
·         Nota inferior a 18,00 pontos no conjunto de itens que avaliam Língua Portuguesa;
·         Nota inferior a 35,00 pontos na Prova Objetiva (NPO).
 A Prova de Redação consistirá de duas partes, sendo a primeira uma redação em Língua Portuguesa (parte I) e de redação em Língua Inglesa (parte II). Cada Redação versará sobre tema de ordem geral e deverá ter extensão de 30 a 40 linhas. Somente terão suas redações avaliadas os 240 (duzentos e quarenta) primeiros classificados.
SEGUNDA ETAPAA documentação encaminhada pelos candidatos no momento da inscrição será analisada por Comissão Interministerial, com vistas a convocar, no máximo, 80 (oitenta) candidatos para realizar a Entrevista Técnica, na sede do Instituto Rio Branco, em Brasília/DF. Será observada, na convocação, a ordem de classificação dos candidatos não eliminados na Prova de Redação.Na Entrevista Técnica, cada um dos três integrantes da Comissão atribuirá nota de 0 (zero) a 100 (cem) pontos ao candidato, de acordo com a avaliação dos seguintes quesitos, que serão objeto de argüição:
                                I.            Formação acadêmica – 10 pontos;
                              II.            Adequação e viabilidade do Plano de Estudos e Desembolso – 10 pontos;
                            III.            Necessidade de apoio para realização de seus estudos preparatórios ao Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata – 20 pontos;
                           IV.            Expectativas pessoais sobre a Carreira Diplomática – 20 pontos;
                             V.            Experiência pessoal do candidato como afro-descendente (negro) – 20 pontos; e
                           VI.            Conhecimento e aceitação dos objetivos do Programa – 20 pontos.
 RESULTADO 27 de fevereiro de 2009
2007
ABERTURA DO EDITAL NO DIA 12 DE DEZEMBRO.
INSCRIÇÃO: Gratuita e efetuada no período de 17 de dezembro de 2007 a 4 de janeiro de 2008.
DATA DAS PROVAS
19 de janeiro de 2008
– Prova Objetiva – 03:30hr de duração, iniciando-se às  14 horas.
20 de janeiro de 2008
– Prova de Redação – 4 horas de duração, iniciando-se às 14 horas.
PRIMEIRA ETAPAA Prova Objetiva, de caráter eliminatório e classificatório e consistirá de 100 itens, sendo 60 itens de Língua Portuguesa e 40 itens de História do Brasil e de Geografia.
LÍNGUA PORTUGUESA: Compreensão, interpretação e reescritura de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas e discursivas: 1 Tipologia textual. 2 Paráfrase, perífrase, síntese e resumo. 3 Significação literal e contextual de vocábulos. 4 Processos coesivos de referência. 5 Coordenação e subordinação. 6 Emprego das classes de palavras. 7 Estrutura, formação e representação das palavras. 8 Ortografia oficial. 9 Pontuação. 10 Concordância. 11 Regência. 12 Redação de correspondências oficiais.
HISTÓRIA DO BRASIL: 1 Brasil Colônia. 1.1 Bases da colonização: latifúndio, escravidão, monocultura. 1.2 A cana-de-açúcar: hegemonia econômica e política do Nordeste; constituição da sociedade patriarcal. 1.3 A economia mineradora: interiorização da colônia; urbanização. 1.4 Os movimentos insurrecionais. 2 Brasil Independente: Império. 2.1 O processo de independência: a conjuntura européia e a transferência do Estado português para o Brasil; o fim do pacto colonial. 2.2 O Primeiro Reinado e o cenário de crises políticas. 2.3 As Regências: instabilidade e experiência federalista. 2.4 O Segundo Reinado: parlamentarismo e partidos políticos; a hegemonia do café; o processo abolicionista. 3 Brasil Independente: República. 3.1 A República Velha. Revolução de 1930. 3.2 A Era Vargas: modernização econômica e centralismo político. O Estado Novo. 3.3 A redemocratização pós- 1945. A Constituição de 1946. Industrialização e urbanização. 3.4 Do Golpe de 1964 à crise do regime militar. 3.5 O processo democrático a partir de 1985. A Constituição de 1988.
GEOGRAFIA: 1 A formação territorial do Brasil: macrodivisão natural do espaço brasileiro (relevo, clima, vegetação, hidrografia). 2 O processo de industrialização brasileiro. 3 O processo de modernização da agricultura no Brasil e suas tendências atuais. 4 O Brasil no contexto geopolítico mundial. 4.1 Herança colonial, condição periférica e industrialização tardia. 4.2 A questão ambiental no Brasil e os desafios do desenvolvimento sustentável. 4.3 Os ecossistemas brasileiros e as principais causas de sua degradação. 5 Temas de Geografia contemporânea. 5.1 Soberania, identidade nacional e multiculturalismo. 5.2 Geografia da População: migrações e direitos humanos. 5.3 Degradação ambiental e gestão de recursos naturais. 5.4 Desigualdades sociais e padrões de consumo no mundo atual.
A Prova de Redação consistirá de duas partes, sendo a primeira uma redação em Língua Portuguesa (parte I) e de redação em Língua Inglesa (parte II). Cada Redação versará sobre tema de ordem geral e deverá ter extensão de 30 a 40 linhas. Somente terão suas redações avaliadas os 240 (duzentos e quarenta) primeiros classificados.
SEGUNDA ETAPAA documentação encaminhada pelos candidatos no momento da inscrição será analisada por Comissão Interministerial, com vistas a convocar, no máximo, 80 (oitenta) candidatos para realizar a Entrevista Técnica, na sede do Instituto Rio Branco, em Brasília/DF.

RESULTADO21 de fevereiro de 2008
2006
ABERTURA DO EDITAL NO DIA 19 DE OUTUBRO.
INSCRIÇÃO: Gratuita e efetuada no período de 23 de outubro de 2006 a 03 de novembro de 2006.
DATA DAS PROVAS
25 de novembro de 2006
– Prova Objetiva – 03:30hr de duração, iniciando-se às  14 horas.
26 de novembro de 2006
– Prova de Redação – 4 horas de duração, iniciando-se às 14 horas.
PRIMEIRA ETAPAA Prova Objetiva, de caráter eliminatório e classificatório e consistirá de 100 itens, sendo 60 itens de Língua Portuguesa e 40 itens de História do Brasil e de Geografia.
LÍNGUA PORTUGUESA
: Compreensão, interpretação e reescritura de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas e discursivas: 1 Tipologia textual. 2 Paráfrase, perífrase, síntese e resumo. 3 Significação literal e contextual de vocábulos. 4 Processos coesivos de referência. 5 Coordenação e subordinação. 6 Emprego das classes de palavras. 7 Estrutura, formação e representação das palavras. 8 Ortografia oficial. 9 Pontuação. 10 Concordância. 11 Regência. 12 Redação de correspondências oficiais.
HISTÓRIA DO BRASIL
: 1 Brasil Colônia. 1.1 Bases da colonização: latifúndio, escravidão, monocultura. 1.2 A cana-de-açúcar: hegemonia econômica e política do Nordeste; constituição da sociedade patriarcal. 1.3 A economia mineradora: interiorização da colônia; urbanização. 1.4 Os movimentos insurrecionais. 2 Brasil Independente: Império. 2.1 O processo de independência: a conjuntura européia e a transferência do Estado português para o Brasil; o fim do pacto colonial. 2.2 O Primeiro Reinado e o cenário de crises políticas. 2.3 As Regências: instabilidade e experiência federalista. 2.4 O Segundo Reinado: parlamentarismo e partidos políticos; a hegemonia do café; o processo abolicionista. 3 Brasil Independente: República. 3.1 A República Velha. Revolução de 1930. 3.2 A Era Vargas: modernização econômica e centralismo político. O Estado Novo. 3.3 A redemocratização pós- 1945. A Constituição de 1946. Industrialização e urbanização. 3.4 Do Golpe de 1964 à crise do regime militar. 3.5 O processo democrático a partir de 1985. A Constituição de 1988.
GEOGRAFIA
: 1 A formação territorial do Brasil: macrodivisão natural do espaço brasileiro (relevo, clima, vegetação, hidrografia). 2 O processo de industrialização brasileiro. 3 O processo de modernização da agricultura no Brasil e suas tendências atuais. 4 O Brasil no contexto geopolítico mundial. 4.1 Herança colonial, condição periférica e industrialização tardia. 4.2 A questão ambiental no Brasil e os desafios do desenvolvimento sustentável. 4.3 Os ecossistemas brasileiros e as principais causas de sua degradação. 5 Temas de Geografia contemporânea. 5.1 Soberania, identidade nacional e multiculturalismo. 5.2 Geografia da População: migrações e direitos humanos. 5.3 Degradação ambiental e gestão de recursos naturais. 5.4 Desigualdades sociais e padrões de consumo no mundo atual.

A Prova de Redação consistirá de duas partes, sendo a primeira uma redação em Língua
Portuguesa (parte I) e de redação em Língua Inglesa (parte II). Cada Redação versará sobre tema de ordem geral e deverá ter extensão de 30 a 40 linhas. Somente terão suas redações avaliadas os 240 (duzentos e quarenta) primeiros classificados.
SEGUNDA ETAPAA documentação encaminhada pelos candidatos no momento da inscrição será analisada por Comissão Interministerial, com vistas a convocar, no máximo, 80 (oitenta) candidatos para realizar a Entrevista Técnica, na sede do Instituto Rio Branco, em Brasília/DF.

Colaboração de GLAUCIA S,
Postado por Glauber Machado

Desafios para a profissão de Relações Internacionais: Regulamentar as funções? A regulamentação da profissão assegura o mercado de trabalho?

Qual o campo de atuação que poderia ficar aos cuidados exclusivos do especialista em Relações Internacionais?

No ano de 2000 a FENERI (Federação Nacional dos Estudantes de Relações Internacionais) manifestou postura contrária à proposta do Deputado Antônio Carlos Konder de regulamentar a profissão de Relações Internacionais. O referido projeto de lei, de autoria do Deputado acima mencionado, previa a autorização para criação de Conselhos Federais e Regionais de RI, bem como tratava da especificidade do exercício da função do internacionalista. A questão em discussão levantou dúvidas com relação aos prejuízos decorrentes da delimitação de atuação do profissional de Relações Internacionais, e a consequente perda da característica multidisciplinar da profissão.

Um outro ponto argumentado foi a análise de que não basta que a profissão que visa ser regulamentada tenha a exigência de conhecimentos técnicos e científicos específicos, mas que o seu exercício, quando praticado de forma inadequada ou inconsequente, possa vir a causar danos para a sociedade. É óbvio que, se analisado por essa ótica, as referidas competências do internacionalista, por si só, não são suficientes como pressupostos para que esta categoria profissional venha a ser regulamentada. A vantagem que a profissão oferece com sua multidisciplinaridade curricular também abre espaço para interpretações que avaliam que as atividades mercadológicas desenvolvidas pelo internacionalista não podem ser consideradas de competência privativa do profissional em relações internacionais sob pena de configurar, erroneamente, uma reserva de mercado à categoria, em detrimento de outros profissionais que poderiam exercer essas atividades sem prejuízo à coletividade.

Diante dessas questões acima mencionadas, e pelo fato de RI ser uma área recente como ciência específica, ficam algumas perguntas: Regulamentar a profissão garantirá mais espaço no mercado de trabalho? É necessário criar conselhos e especificar áreas para atuação exclusiva do internacionalista? A multidisciplinaridade do profissional se descaracterizará após a regulamentação da profissão?

O que se pode dizer em concreto é que o mercado de trabalho está em crescimento contínuo, mas outros profissionais continuam assumindo espaços que poderiam ser destinados aos especialistas em Relações Internacionais. A formação acadêmica no Brasil muitas vezes acaba interpretando equivocadamente a multidisciplinaridade da área como falta de foco científico específico, e como consequência muitos cursos de RI acabam se transformando em "colchas de retalhos" de outras áreas do conhecimento, e os alunos saem da graduação sem saber para que estudaram tantas áreas diversificadas, e como devem usar esses conhecimentos em suas funções e atividades profissionais.

Falta foco na ampliação da área de trabalho para os internacionalistas, ainda é muita baixa a preocupação com a abertura do mercado de trabalho local, e existe pouca pesquisa sobre as oportunidades e especificidades regionais para exercício da profissão.

Sendo assim, pode-se concluir que é importante continuar discutindo democraticamente a necessidade ou não de regulamentação da profissão de Relações Internacionais, mas é fundamental e urgente que as IES, os alunos e interessados na área permaneçam focados na abertura, ampliação e solidificação do reconhecimento mercadológico das capacidades e qualificações do internacionalista. É necessário que se compreenda de uma vez por todas que o mercado de trabalho deve ser o agente sustentador da continuidade dos cursos e do exercício da profissão no Brasil.

Por Soraya Pessino
Professora do Centro Universitário Jorge Amado, curso de Relações Internacionais e Assessora de Relações Internacionais da Prefeitura Municipal de Salvador.

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