Ação Global pelas Florestas da Indonésia em Salvador revelou o segredo da Head & Shoulders


Segundo o site do Greenpeace Brasil a ação global pelas florestas da Indonésia aconteceu hoje 29/03/2014 em 13 países e 07 capitais no Brasil (Manaus, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Porto Alegre)

"A mobilização mundial com diferentes ações pelas ruas e atividades online. O pedido é para que a Procter & Gamble (P&G), dona de marcas famosas como o Head & Shoulders, pare de utilizar em seus produtos óleo de palma que causa desmatamento." (Greepeace Brasil)

Em Salvador os voluntários do Greenpeace visitaram os supermercados Extra na Avenida Paralela, o HiperBompreço na Av. ACM e a Loja das Americanas no Shopping Iguatemi.  Na ação os voluntários etiquetaram os shampoos da marca Head & Shoulders da Multinacional P &G para informar os consumidores de um segredinho: que estão sendo feitos de cúmplices da destruição florestal. Além de enviar um recado claro e direto à P&G: Chega de desmatamento.


  


   

O problema entre a P&G e as florestas da Indonésia
Praticamente metade dos produtos que você encontra no supermercado contém óleo de palma, que é um ingrediente comum em detergentes, shampoos, cosméticos e outros produtos que a P&G fabrica.
O problema não é a sua utilização, mas sim as práticas predatórias utilizadas por fornecedores de óleo de palma da Procter & Gamble que estão destruindo as florestas da Indonésia, casa de animais raros e ameaçados como o tigre-de-sumatra.
Mais de 400 mil pessoas já enviaram mensagens para o presidente da Procter & Gamble, pedindo que a empresa se comprometa verdadeiramente com a proteção das florestas. No entanto, ao contrário de marcas como a Nestlé, Unilever, Colgate e L’oreal, que assumiram um compromisso para eliminar o desmatamento de seus produtos, a P&G continua ignorando o pedido de milhares de consumidores.
Por isso continuamos fazendo pressão até que a eles deixem de ser parte do problema do desmatamento na Indonésia. E hoje é um dia muito importante para isso.
Greepeace Brasil
Só a partir da mobilização de milhares de pessoas é que teremos chances reais de mudar essa situação e proteger nossas florestas e aqueles que delas vivem e dependem. Seja parte dela, participe!


Buscas por avião 'tropeçam' em toneladas de lixo que flutuam no mar

Imagem de satélite. Foto: BBC

As diversas missões enviadas ao sul do Oceano Índico para achar destroços do voo MH370 estão sendo atrapalhadas por um problema ambiental: o excesso de lixo nos mares.
Desde que as autoridades de diversos países começaram seus trabalhos de busca - com auxílio de navios, aviões e imagens de satélite - centenas de objetos já foram avistados, mas até agora nenhum deles foi identificado como sendo parte dos destroços do avião desaparecido da Malaysia Airlines.
Nesta sexta-feira, aviões da Nova Zelândia fizeram as mais recentes descobertas de objetos na região, a 2,4 mil km a sudoeste da Austrália, onde as buscas estão sendo concentradas. No entanto, esses objetos só poderão ser recuperados e analisados no sábado.
O avião com 239 passageiros a bordo desapareceu no dia 8 de março. Até agora, não foi recuperado nenhum objeto pertencente ao voo.

Separando destroços do lixo

O desafio para as equipes de buscas é separar o que pode ser uma pista concreta do voo do mero lixo que flutua na região.

A autoridade marítima da Austrália, uma das entidades envolvidas nos esforços, alertou que é preciso deixar claro que "objetos" achados no mar não podem ser tratados como indícios concretos de que o avião pode estar nas imediações.
"Existe tudo que é tipo de coisa no mar, desde lixão que é carregado (ao mar) por rios e praias a coisas que são jogadas diretamente por embarcações", disse à BBC Brasil a oceanógrafa brasileira Giselle Firme, que trabalha na Austrália.
Os especialistas que usam imagens de satélite na busca pelo avião têm se concentrado em analisar objetos de grande porte - na esperança de achar uma peça grande da aeronave, como a asa.
No entanto, o mar também é cheio de objetos de grande porte, como contêineres ou embarcações inteiras que são abandonadas, afirma Giselle Firme.
Os primeiros objetos avistados por equipes de busca, no dia 16, estavam em uma rota usada por muitos navios, o que levou os analistas a especularem que se trataria de contêineres perdidos.
A grande quantidade de lixo no mar é um problema não só para equipes de buscas. Os dejetos poluem o mar e podem ser engolidos por animais. Grandes peças podem ser uma ameaça à segurança de embarcações que navegam pelos oceanos.
Não há dados precisos sobre a quantidade de lixo que flutua nos oceanos, mas oceanógrafos sabem que correntes marítimas favorecem a formação de algumas "ilhas" de dejetos. Duas concentrações enormes de lixo - que nunca tiveram suas dimensões medidas - foram formadas no oceano Pacífico e no norte do Atlântico.
Nova Zelândia. Foto: AP
Nova Zelândia foi o país mais recente a anunciar a descoberta de objetos
"O lixo no oceano tende a se concentrar nos chamados 'gyres', massas de água que ficam entre os grandes continentes 'presa' por correntes oceânicas que fazem como que um redemoinho."

Avanços

Até agora, os maiores avanços nas buscas foram conseguidos não através de objetos avistados, mas sim com o uso de outras técnicas ou lógicas.
No começo da semana, a análise de pequenas variações nos sinais emitidos pelo MH370 - conhecidos como "pings" - permitiu que especialistas determinassem, ainda com pouca precisão, o sentido tomado pelo avião. Como ele teria seguido uma rota onde não há possibilidades de pouso, essa técnica foi fundamental para se chegar à conclusão de que o avião caiu mesmo no mar.
Nesta sexta-feira, as equipes decidiram mudar a região das buscas para 1,1 mil quilômetros ao nordeste de onde estavam. Novamente a decisão não foi tomada devido à observação de objetos no mar - mas sim com análise de dados do radar que mostram que o MH370 estava andando em uma velocidade maior do que se imaginava anteriormente, e por isso teria ficado sem combustível mais cedo.
Ainda assim, na ausência de dados mais confiáveis, o trabalho de observação de objetos no mar é importante, pois - com sorte - pode fornecer pistas sobre o destino final do avião e a caixa-preta.
No entanto, mesmo que os destroços sejam encontrados flutuando no mar, eles estão cada vez mais distantes do ponto final, na medida em que o tempo passa.
A oceanógrafa Giselle Firme aponta outro problema nas buscas: a falta de informações sobre o leito do mar no sul do Oceano Índico.
"O que existe de informação sobre esta área onde o avião supostamente caiu já é de dez anos atrás, e de má qualidade", disse a oceanógrafa.

"Só se tem informação detalhada da topografia na zona econômica exclusiva dos países (da região), onde há possibilidade de exploração. Como o mar além dessa área é 'terra de ninguém', não existe incentivo para pesquisar lá."

Ligado à Rússia e Brics, Brasil silencia sobre crise na Crimeia



O apelo do embaixador ucraniano foi claro. Em artigo publicado na imprensa brasileira, Rostyslav Tronenko pediu que o Brasil não fique em silêncio diante da anexação da Crimeia pela Rússia – considerada ilegal por ele e grande parte da comunidade internacional.
"Se isso for feito com a Ucrânia, qualquer coisa pode ser feita para qualquer outro país. Se for permitido que isso aconteça, então não existem regras e não há leis”, escreveu.
A última manifestação da diplomacia brasileira foi na última quarta-feira (19/03), numa nota protocolar dizendo que a crise deveria "ser equacionada pelos próprios ucranianos". A posição foi reforçada, no mesmo dia, pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo em Paris. Enquanto seu colega francês Laurent Fabius reforçou a condenação ocidental ao referendo na Crimeia, o brasileiro preferiu a neutralidade.
O silêncio brasileiro diante da maior crise entre Ocidente e Moscou desde o fim da Guerra Fria reflete a política de não ingerência em assuntos internos de outros países adotada pela presidente Dilma Rousseff desde que chegou ao Planalto. Um contraponto em relação a seu antecessor: Lula participou ativamente, por exemplo, na busca por uma solução para a crise nuclear iraniana – quase chegando a um acordo – e em negociações sobre o conflito entre israelenses e palestinos.
"O Brasil está invocando uma noção vaga de 'não ingerência', um posicionamento que apresenta claras incongruências com o que o Brasil desempenhou em crises na América Latina, além de uma inflexão quanto ao papel que projetava para si durante o governo Lula", opina Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia (EUA) e professor do Ibmec/RJ.
O especialista diz ainda que o Brasil, não apenas pela crise na Crimeia, vem perdendo brilho no cenário internacional. Há, para ele, percalços que abrangem três campos das relações internacionais: o econômico-comercial, o político-militar e o dos valores. E as consequências, afirma, são grandes: o “soft power” brasileiro irradia com menos força.
Em linha com Pequim
Condenado com firmeza por todas as potências ocidentais, o referendo foi uma violação clara da Constituição ucraniana – que dá apenas ao Congresso em Kiev o direito de convocar consultas do tipo e com a garantia de que seja realizado em nível nacional.

A votação expressiva de 97% a favor da separação também foi colocada em questão – a população de origem russa da península é de cerca de 60%. Além disso, o referendo ocorreu sob forte presença militar da Rússia, e observadores internacionais foram impedidos de fiscalizá-lo.
Mesmo Pequim se afastou de dar qualquer apoio público a Moscou, seu aliado de longa data. Em votação no Conselho de Segurança da ONU, a China, que também enfrenta questões separatistas em seu território, optou por um voto de abstenção: não ficou nem ao lado do Ocidente nem da Rússia.
"A abstenção da China e a ambiguidade brasileira são muito parecidas. Os chineses, ao se absterem, dizem que não estão de um lado nem do outro. A melhor explicação para a dificuldade brasileira está justamente nessa posição chinesa", diz o ex-ministro de Indústria e Comércio José Botafogo Gonçalves, vice-presidente emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Como a China, a economia brasileira tem também na Rússia um importante parceiro comercial. Botafogo Gonçalves lembra, ainda, que o Brasil sempre procurou fugir da dicotomia direita-esquerda, mostrando-se a favor da multipolaridade nas relações internacionais. E os Brics – formado também por Índia e África do Sul – são um reflexo dessa política.
“A Rússia é parte importante nesta dinâmica. O Brasil gosta de pensar em si, nos Brics e em outros países em desenvolvimento não apenas como ‘mercados emergentes’, mas como ‘potências em ascensão’, conceito que vai além de questões financeiras e inclui também importância política e peso regional”, afirma Troyjo.
O especialista em Brics da Universidade de Columbia lembra que o grupo está em fase avançada de negociação para a criação de um banco de desenvolvimento para financiar projetos de infraestrutura nos cinco países. O projeto pode ser fechado já na próxima cúpula dos Brics, marcada para julho em Fortaleza.
Comércio bilateral crescente
Os interesses brasileiros em se calar perante a Rússia, segundo analistas, não são pequenos. O Brasil é o maior parceiro comercial dos russos na América Latina, e espera-se que o comércio entre os dois países aumente dos atuais 6 bilhões de dólares ao ano para 10 bilhões de dólares até o fim da década.

Entre os principais produtos comercializados entre os dois países, a Rússia vende equipamentos da área aeroespacial, de energia nuclear e fóssil, além de químicos e fertilizantes. Por sua vez, o Brasil vende carnes bovina, suína e de frango, além de soja, açúcar e outros produtos agrícolas. A presidente Dilma Rousseff esteve em dezembro de 2012 na Rússia para fortalecer os laços entre os dois países e se encontrou com o presidente Vladimir Putin e o premiê Dimitri Medvedev.
“Não vejo como o Brasil tomar uma posição antagônica à da Rússia, inclusive pelos interesses que unem os dois países – econômicos, de parceria estratégica e cultural – especialmente no que se alude à consolidação do grupo dos Brics”, afirma Gilberto Ramos, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia.
Apesar das críticas, o silêncio do Brasil sobre a situação na Crimeia não deve implicar custos políticos, segundo Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP. Quem demonstra neutralidade, diz o especialista, pode ser um futuro mediador da crise.
“Quem critica abertamente é aquele que tem ficha para gastar. O Brasil não pode ter atitude semelhante à do Reino Unido e da Alemanha. O país não tem essa estatura e, também, não está diretamente envolvido”, opina Nasser.

"Se a mulher se comportasse haveria menos estupros" - Carta Capital

 


Por redação da Carta Capital 
“Se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros”. “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. “Tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama”. “Em briga de marido e mulher não se mete a colher”.
Frases como essa são aceitas, parcial ou totalmente, pela maioria dos brasileiros em pleno 2014. A conclusão, divulgada nesta quinta-feira 27, faz parte de uma pesquisa sobre tolerância social à violência contra mulheres realizada com 3.810 pessoas pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o mesmo estudo, cerca de um terço dos brasileiros aceita, total ou parcialmente, ideias como a de que a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo sem vontade (27%).
O resultado mostra alguns pontos aparentemente contraditórios no discurso sobre violência doméstica no Brasil. Por exemplo: a grande maioria dos entrevistados (78%) concorda "totalmente" com a prisão de maridos que batem em suas mulheres e refuta a ideia de que a violência é apenas uma manifestação da natureza masculina (75%).
O paradoxo, segundo os pesquisadores, é apenas aparente. A começar pela dificuldade em desmascarar os perigos de considerar essas agressões uma questão privada a ser resolvida na intimidade dos lares. Para 82% dos entrevistados, o que acontece com o casal em casa não interessa aos outros – portanto, tem menos possibilidades de ser verbalizado e tratado como crime. É aí que mora o perigo.
No discurso, o brasileiro tende a condenar veementemente a violência, física ou psicológica, mas ainda tem dificuldades em dissociar essa violência de um conjunto de normas socialmente aceitas. Essa dificuldade se revela sobretudo quando o tema é violência sexual. A diferença de postura de tolerância/intolerância à violência doméstica e à violência sexual, dizem os pesquisadores, reafirma a dificuldade de se estabelecer no Brasil uma agenda de direitos sexuais.
“Por maiores que tenham sido as transformações sociais nas últimas décadas, com as mulheres ocupando os espaços públicos, o ordenamento patriarcal permanece muito presente em nossa cultura e é cotidianamente reforçado na desvalorização de todas as características ligadas ao feminino, na violência doméstica, na aceitação da violência sexual”, conclui o estudo. "Causa espanto observar que 65% das pessoas que responderam à pesquisa concordam com a afirmação, nem um pouco sutil, de que 'mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas.'"
Segundo os pesquisadores, a culpabilização da mulher pela violência sexual fica evidente quando, por exemplo, 58% dos entrevistados dizem concordar "totalmente" com a afirmação de que ela só é vítima de agressão sexual por não se comportar de maneira adequada. “Por trás da afirmação está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então, as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se comportar, e não os estupradores. A violência parece surgir como uma correção: ela merece e deve ser estuprada para aprender a se comportar. O acesso dos homens aos corpos das mulheres é livre se elas não impuserem barreiras, como se comportar e se vestir ‘adequadamente’”.
Toda mulher quer se casar. Esse retrato não surge do nada. Tem como base a aceitação de um modelo que coloca o homem  omo “referência” em todos os espaços sociais. Nesse modelo, são os homens que detêm o poder público e o mando sobre o espaço doméstico - e sobre os corpos e vontades das mulheres.
Essa ideia fica evidente, por exemplo, quando 64% dos entrevistados dizem que “os homens devem ser a cabeça do lar” ou quando 79% afirmam que “toda mulher sonha em casar”.
Parecem frases inofensivas, mas não são. Por trás das afirmações, apontam os pesquisadores, está a ideia de que a mulher somente pode encontrar a plenitude em uma relação estável com um homem – ou que deve ser recatada sem almejar uma vida de solteira com muitos parceiros. Essa ideia, segundo o estudo, tem influência marcante da religião: católicos têm chances 1,5 vez maior de concordar com a afirmação de que toda mulher sonha em casar, e os evangélicos, 1,8. O índice cai, no entanto, entre grupos mais escolarizados. “Aqueles que consideram o homem como 'cabeça do lar' têm propensão maior a achar que a mulher é responsável pela violência sexual”, escrevem os autores.
Há uma tendência, no entanto, de discordar da ideia de que a mulher deve satisfazer as vontades do marido – o índice dos que refutam essa ideia (65%) é maior do que o de quem a aceita total ou parcialmente (41%). “Essa afirmação coloca subliminarmente a delicada questão do estupro no âmbito do casamento, um tabu resultante do confronto entre os comportamentos e desejos sexuais femininos e masculinos.”
A conclusão dos pesquisadores é que, de maneira geral, há hoje uma dificuldade em admitir posturas mais toleráveis à violência de gênero. "Resta saber se as práticas também seguem esse movimento, e os indícios parecem apontar que não."

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