Fantasias eleitorais



Despojando-me do senso comum de que todo político é ladrão e corrupto, não dissociamos a imagem que a irmandade de congressistas realmente deixam muito a desejar no aspecto ético para com a sociedade e o País.

Cotidianamente a mídia revela mais um escândalo político, assistimos cenas inacreditáveis, provas concludentes, imagens vergonhosas, uma série de denúncias que prejudicam em todos os sentidos aqueles necessitados de educação, saúde e segurança. Somos reféns desses personagens travestidos de honestidade, verdadeiros cordeiros com apetite de leões, somos marionetes no teatro da ignorância.

A vida de um político representa um grande espetáculo desde a campanha eleitoral até a vitória por uma vaga no rol dos privilégios, cada capítulo traz inúmeros episódios como discursos, promessas, projetos e tantas outras emoções: o beijar as crianças no colo, o aperto de mão aos desconhecidos, o acenar para as pessoas, o sorriso constante e a fila de assessores e admiradores.

Quantas fantasias eleitorais transbordam na política, um candidato se torna um ícone popular, desde aquela raposa velha até o mais extrovertido figurante, cada um deles serão atores inesquecíveis por causa de seus slogans, jingles e tantas outras estratégias do marketing político. Para se ter uma ideia, essa relativa popularização se deu juntamente com as crianças que se divertem com a programação do horário eleitoral gratuito.

Não há com negar essa verdade, somos reféns do sistema eleitoral, obrigados a votar mesmo não querendo, ludibriados pela própria consciência, omissos com a razão e a certeza que plantamos sementes ruins para o futuro.

Imaginemos a alegria de quando um candidato se elege pela primeira vez, quantos pensamentos inundarão o ego, as regalias, o salário e os incontáveis privilégios da carreira. Doutro modo, aqueles que se reelegem continuam utilizando as artimanhas para mascarar o mandato, somando mais artifícios para manter os próprios interesses, sabendo que possuem a imunidade parlamentar, ou seja, o instrumento que os consideram limpos mesmo envoltos num lamaçal.

Enquanto aguardamos o desfecho eleitoral, o cotidiano nos impulsiona a uma reação com esse cenário, qualquer atitude nossa parte é um começo, desde que não esmoreça nossa coragem e vontade, estamos na luta desejosos de dias melhores e que num futuro mais próximo, não tenhamos vergonha de nós mesmos.

Gilberto Barros Lima é Bacharel em Relações Internacionais (IBES-SC), Pós-graduado em Gestão de Negócios Internacionais (ICPG-SC) e Metodologia da Pesquisa e do Ensino Superior (IBES-SC) e Professor Universitário.

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