O que o PIB significa para você?

Em 2011, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 2,7%, atingindo R$ 4,143 trilhões. Na comparação com 2010, o país ficou R$ 468 bilhões mais rico. Mas, e você, ganhou um aumento? Ficou mais feliz? Tem uma qualidade de vida melhor?

Sigla quase onipresente no noticiário econômico, o PIB é usado mundialmente para medir a riqueza e o sucesso de um país. Prático, ele permite acompanhar o crescimento de uma nação e fazer comparações entre os países. O PIB, no entanto, tem conquistado a antipatia de cada vez mais pessoas. Entre elas, a da ONU. As críticas decorrem do fato de que o indicador leva em conta somente os aspectos financeiros.
A Universidade das Nações Unidas, o braço acadêmico da ONU, irá lançar na Rio+20 um novo índice, batizado de Indicador de Riqueza Inclusiva (Inclusive Wealth Indicator). O índice, que deve ser divulgado a cada dois anos, pretende levar a discussão sobre o desenvolvimento de um país para um outro nível.

Ao contrário do tradicional PIB, o índice proposto pela ONU leva em consideração outras duas dimensões, além da econômica: a humana (habilidades e educação) e o capital natural de um país.
Em uma versão preliminar já divulgada do relatório que será apresentado, no Rio de Janeiro, em junho, o indicador mostra que embora o PIB brasileiro per capita tenha crescido 34% de 1990 a 2008, o capital natural do país teve no mesmo período uma queda de 46%. Levando em consideração os três aspectos avaliados pela pesquisa, o Brasil teria tido um crescimento de apenas 3% em 17 anos. É um desempenho muito mais modesto certamente.

“Os dados do Brasil ilustram por que o PIB é inadequado e enganador como parâmetro para medir o desenvolvimento econômico de longo prazo. Um país pode exaurir todos seus recursos naturais ao mesmo tempo em que registra altas sucessivas do PIB. Nós precisamos de um indicador que estime a riqueza das nações – natural, humana, física e idealmente até os aspectos sociais e ecológicos da qualidade de vida de um ser humano”, diz Anantha Duraiappah, diretor executivo da Universidade da ONU (UNU – IHDP).

O primeiro relatório do Indicador de Riqueza Inclusiva a ser apresentado trará dados de 20 países: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Índia, Japão, Quênia, Nigéria, Noruega, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, EUA, Reino Unido e Venezuela. Juntos, eles representam 72% do PIB mundial e 56% da população.

Os esforços da ONU não são os únicos a buscar alternativas a medidas puramente econômicas para medir o sucesso de um país. O Butão, por exemplo, mantém a apuração de um PIB da felicidade há anos, por exemplo. Para saber mais sobre essa discussão, confira também a matéria O que fazer com o PIB, na edição deste mês de Época NEGÓCIOS.
A tabela mostra o desempenho do PIB e dos três aspectos analisados pela ONU entre 1990 e 2008 no Brasil

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