Síria tem marcha em apoio ao presidente Assad


Governo provisório líbio reconheceu conselho rebelde oposicionista sírio.
Repressão a atos pró-democracia já matou mais de 3.000 na Síria.


Dezenas de milhares de sírios marcharam nesta quarta-feira (19) em apoio ao presidente Bashar al-Assad na cidade de Aleppo, no norte do país, enquanto tropas leais ao líder sírio realizavam uma ofensiva no sul para esmagar a revolta de sete meses contra seu governo.
A manifestação organizada pelo Estado em Aleppo ocorreu uma semana após um evento similar em Damasco, demonstrando que as autoridades ainda podem obter apoio em massa nas duas principais cidades do país, apesar das ondas de instabilidade em toda a nação.
'Amamos você', clamavam os manifestantes enquanto seguravam fotos de Assad e agitavam bandeiras sírias, russas e chinesas -- uma referência ao veto de Moscou e Pequim ao projeto de resolução da ONU que poderia ter levado a sanções contra a Síria.
Multidão marcha a favor de Bashar al Assad nesta quarta-feira (19) na cidade síria de Aleppo (Foto: Reuters)Multidão marcha a favor de Bashar al Assad nesta quarta-feira (19) na cidade síria de Aleppo (Foto: Reuters)

Bandeiras enormes foram hasteadas em prédios ao redor da praça onde os manifestantes se reuniram para ouvir músicas nacionalistas e discursos de apoio a Assad. Moradores disseram que as escolas foram fechadas em Aleppo na quarta-feira para aumentar a participação no comício. O presidente sírio desafia os pedidos de Estados Unidos e Europa para que renuncie.
No centro da cidade de Homs, onde moradores dizem que homens armados e desertores do Exército lutam contra forças do governo, ativistas relataram que seis pessoas foram mortas a tiros por homens de Assad no distrito de Naziheen.
Essas mortes aumentaram para ao menos 38 o número de vítimas em uma ofensiva do Exército de três dias em Homs, uma cidade de um milhão de habitantes que testemunha protestos regulares contra o governo.
Ativistas disseram que duas pessoas foram mortas em Nazariya, perto da fronteira com o Líbano. Jornalistas estrangeiros estão proibidos de transitar em parte da Síria, o que dificulta a confirmação independente dos eventos relatados.
As autoridades sírias culpam 'grupos terroristas armados' pela instabilidade e afirmam que 1.100 policiais e soldados também foram mortos. A ONU diz que a repressão de Assad aos protestos matou 3.000 pessoas, incluindo 187 crianças.
O Conselho Nacional de oposição da Síria, que se comprometeu a buscar proteção internacional para impedir as mortes de civis, foi reconhecido pela Líbia na quarta-feira como a autoridade legítima do país.
Assad tem enviado tropas e tanques para cidades e vilarejos para acabar com os distúrbios. Mas os protestos persistem, embora em número reduzido, com milhares de soldados do exército sunita muçulmano agora desafiando seu governo.
Diplomatas e analistas militares afirmam que as ações de Assad, que pertence à seita minoritária alawita, têm alimentado deserções do exército. Vários oficiais anunciaram recentemente a sua deserção. As últimas incluíram 20 soldados que deixaram os postos perto da cidade de Hirak, a 80 quilômetros ao sul de Damasco, e entraram em choque com tropas após a morte de três manifestantes que protestavam contra a prisão de um clérigo popular, disseram ativistas.
Mais mortes
Dez civis e sete soldados morreram em confrontos registrados nesta quarta no país, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os sete soldados morreram num confronto com homens armados, aparentemente desertores, no centro do país.
Dez civis também morreram na repressão do regime sírio, que criticou duramente a Liga Árabe, acusada de desestabilizar o país.
"Já não surpreende ver a Liga Árabe, que se supõe deveria concentrar-se na ação árabe comum, transformar-se num instrumento de injustiça para desestabilizar a Síria", disse o jornal governamental  'As Saura'.
A Liga Árabe pediu no domingo ao governo sírio e à oposição para realizar uma "conferência de diálogo nacional" dentro de 15 dias no Cairo para acabar com a violência e "evitar uma intervenção estrangeira".
tA organização panárabe, que se reuniu em caráter extraordinário na capital egípcia, decidiu "lançar os contatos necessários com o governo sírio e o conjunto de facções da oposição para celebrar uma conferência de diálogo nacional global na sede da Liga Árabe e sob sua égide dentro de 15 dias", segundo um comunicado.

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