Stuxnet pode marcar início da ciberguerra




As atenções do mundo cibernético estão voltadas a um vírus que pode ser o sinal do começo de uma nova era: a era da guerra cibernética. Os ataques do Stuxnet, um malware, a uma usina nuclear no Irã, a sistemas de indústrias fundamentais na China e a uma indústria alemã nas últimas semanas colocaram em alerta especialistas em segurança digital.


O Stuxnet é o primeiro vírus capaz de causar danos no meio físico, o que o torna uma ameaça diferente de tudo o que foi visto anteriormente. "A lógica de um vírus basicamente é gerar retorno financeiro. Normalmente ele se espalha rapidamente para capturar informações, senhas bancárias, atacar um site de comércio eletrônico. Não faz sentido pensar que esse vírus seguiu essa lógica", diz o CEO da Cipher, empresa brasileira especializada em segurança da informação, Alexandre Sieira.

Como age o Stuxnet


O vírus tem como alvo principal sistemas de controle industriais, que são usados para monitorar e gerenciar usinas de energia elétrica, represas, sistemas de processamento de resíduos e outras operações fundamentais. A partir daí, o malware modifica seus códigos para permitir que os atacantes tomem o controle sem que os operadores percebam. Em outras palavras, essa ameaça foi criada para permitir que hackers manipulem equipamentos físicos, o que a torna extremamente perigosa. "Nós definitivamente nunca vimos algo assim antes. O fato de que ele pode controlar a forma como máquinas físicas trabalham é muito preocupante", disse em comunicado Liam O'Murchu, pesquisador da Symantec.

O que também chama a atenção no Stuxnet é que ele foi desenvolvido para atacar um sistema muito especifico de infraestrutura, infectando um software da Siemens que controla instalações industriais fundamentais. O worm se aproveita de quatro vulnerabilidades do Windows desconhecidas até então. "Isso é muito peculiar. Normalmente, quando se descobre uma falha de segurança, se larga o vírus de uma vez, não se espera até ter quatro", diz Sieira.

Ismael Cardoso

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